Ministro quer investigar revista por crime contra a honra de Bolsonaro
Anderson Torres enviou à Polícia Federal pedido de abertura de inquérito por capa da revista IstoÉ que associa Bolsonaro a Hitler
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou nesta quinta-feira (21/10) que enviou à Polícia Federal (PF) um pedido de abertura de inquérito para apuração de possível crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) supostamente cometido pela revista IstoÉ.
A capa da mais recente edição da revista, publicada na última sexta-feira (16/10) e crítica ao mandatário, faz uma comparação de Bolsonaro ao ditador da Alemanha nazista Adolf Hitler.
Veja o post:
Ainda ontem (20), à noite, encaminhei documento à @policiafederal , solicitando abertura de inquérito policial para apuração imediata de possível crime contra a honra do presidente @jairbolsonaro , cometido pela revista @RevistaISTOE , em sua última edição. pic.twitter.com/B9OFKpNn2J
— Anderson Torres (@andersongtorres) October 21, 2021
A edição da revista aborda o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e o desempenho do governo frente à pandemia do novo coronavírus. “Arquiteto da tragédia – As práticas abomináveis do mercador da morte”, dizem a manchete e a legenda da capa.
“O Brasil está enfrentando seu momento Nuremberg [tribunal que julgou crimes do regime nazista]. É hora de compreender a extensão da catástrofe perpetrada pelo presidente e por seus asseclas. E é o que a comissão está fazendo”, afirma o texto. Na imagem central da capa, Bolsonaro aparece com um bigode semelhante ao de Hitler. No lugar do bigode, está escrito, em preto, a palavra “genocida”.
AGU
Na terça-feira (19/10), o advogado-geral da União, Bruno Bianco, enviou uma notificação extrajudicial à revista IstoÉ pedindo direito de resposta.
A AGU afirma que “essa veiculação não condiz com a verdade dos fatos” e que “a notícia veiculada atinge direta e indevidamente a imagem do presidente da República, como chefe de Estado e do governo no país e no exterior”.
Além disso, teria se mostrado “o periódico, estranhamente, omisso sobre os programas e avanços públicos desenvolvidos pelo Estado brasileiro na seara da saúde desde o início da crise sanitária, no que repercute em difusão de informações dotadas de parcialidade, com prejuízos não só ao agente alvo de infundada criminalização, mas ao público leitor, o que corrobora a pertinência deste pedido de resposta”.