Ministro Paulo Teixeira diz que governo vai retomar reforma agrária
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, governo quer dar continuidade a processos do Incra voltados à desapropriação de terrenos
atualizado
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O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou nesta sexta-feira (10/3) que o governo federal vai retomar a reforma agrária no país.
Em conversa com a imprensa no Palácio do Planalto, Teixeira disse que o ministério vai dar continuidade aos processos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) voltados à desapropriação de terrenos.
“Houve uma paralisação do programa de reforma agrária no Brasil. Há sete anos que não se compra terra. E tem muita gente, estima-se que 80 mil famílias, em acampamentos”, ressaltou.
Segundo o ministro, o orçamento do Incra deste ano para a aquisição de novas terras é de R$ 2 milhões, quantia que, conforme explicou, é insuficiente para a compra de áreas. Para contornar essa situação, de acordo com Teixeira, o governo tem estudado arrecadar áreas públicas e de grandes devedores.
“Além do título da dívida agrária, nós podemos estudar a abdicação de áreas de grandes devedores. Grande devedor, na medida que ele está sendo executado, ele pode falar: ‘Eu vou te dar, vou dar para o Estado uma fazenda’, [uma área] que ele não esteja usando para trabalhar. Então, são essas estratégias que a gente quer fazer”, afirmou.
Ocupação do MST
A declaração do ministro Paulo Teixeira é feita dias após o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ocupar três propriedades da empresa Suzano, no extremo sul da Bahia. Com a formulação da nova política de reforma agrária, Teixeira espera tranquilizar os movimentos sociais e coibir novas invasões.
De acordo com o ministro, houve uma reunião entre o governo federal e o da Bahia, com líderes do MST e integrantes da Suzano para estabelecer “uma mesa de negociação”.
“Nós vamos recuperar os acordos, vamos ver como está o estado da arte para fazer uma proposta nova de um cronograma de atenção àquele acordo de 2011”, declarou.