Ministro das Cidades, Bruno Araújo, anuncia que vai deixar o governo
O tucano segue a orientação da bancada do PSDB de sair da gestão Michel Temer (PMDB)
atualizado
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O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), renunciou ao cargo no começo da tarde desta quinta-feira (18/5). A decisão dele está em sintonia com o posicionamento da bancada tucana, que pede ao partido o desligamento do governo.
O anúncio ocorre em meio à crise instaurada após vir a público o conteúdo de uma gravação feita por Joesley Batista, dono da JBS, em março deste ano. Nela, o presidente Michel Temer (PMDB) dá o aval para que o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja comprado. As informações são do jornal O Globo.
Deputados do PSDB defendem que outros três ministros do partido entreguem imediatamente os cargos assim que seja divulgado o áudio gravado pelo empresário Joesley. O posicionamento do partido foi comunicado pelo líder da sigla na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), e pelos deputados Nilson Leitão (MT) e Carlos Sampaio (SP).“Se os áudios forem confirmados, defendo a entrega imediata dos cargos pelos nossos ministros”, afirmou Sampaio, que é vice-presidente da sigla e que deve substituir o senador Aécio Neves na presidência nacional do partido.
O PSDB comanda atualmente quatro ministérios do governo Temer: A Secretaria de Governo, com o deputado licenciado Antonio Imbassahy (BA); Cidades, com o deputado licenciado Bruno Araújo; Relações Exteriores, com o senador licenciado Aloysio Nunes (SP); e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.
Denúncia
Segundo a reportagem, o empresário informou a Temer que estava dando a Cunha e ao operador Lucio Funaro uma mesada na prisão para ambos ficarem calados.
Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”. Na conversa, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F — holding que controla a JBS, maior produtora de carne do mundo. Posteriormente, Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. O dinheiro seria parte da mesada.
Joesley, que está nos Estados Unidos, disse já ter pago R$ 5 milhões para Cunha após a prisão do peemedebista. Esse valor seria referente a um “saldo” de propina. Ainda de acordo com o empresário, ele devia R$ 20 milhões pela tramitação de uma lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.
Outro ministro que pode deixar o cargo é Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia), do PSB. O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, defendeu nesta quinta que o chefe da pasta entregue imediatamente o posto. Fernando é deputado federal de Pernambuco licenciado pelo partido.
Para o dirigente, o governo Michel Temer acabou nesta quarta-feira (17), após a divulgação da notícia de que o presidente foi gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, mandando comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).