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Ministra do Trabalho já foi condenada por desrespeitar lei trabalhista

Justiça condenou Cristiane Brasil a pagar R$ 60 mil para um ex-motorista que prestou serviços e não teve a carteira de trabalho assinada

atualizado

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1 de 1 crisss1 - Foto: DIVULGAÇÃO/REDES SOCIAIS

A recém-nomeada ministra do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB-RJ), já foi condenada em causa trabalhista a pagar indenização a um motorista que prestou serviços para ela. De acordo com a sentença de 2016, Cristiane devia ao ex-funcionário R$ 60 mil.

Fernando Fernandes Dias trabalhou sem carteira assinada no período de 29 de novembro de 2011 a 10 de janeiro de 2015. O valor da indenização contempla os danos morais pela situação, mais direitos trabalhistas que foram suprimidos, tais como férias, 13º salário, gratificação natalina, FGTS, horas extras, mais correção monetária e juros.

De acordo com a sentença (veja abaixo), Fernando trabalhava das 6h até as 22h, com apenas uma hora de intervalo. Nesse período, ele acompanhava Cristiane e seus familiares em atividades da rotina.

Em seu depoimento à Justiça, Fernando disse que levava os filho de Cristiane (Cristian e Catarina) para médicos, escolas, psicólogos e baladas, entre outras atividades. Segundo ele, o salário mensal era de R$ 4 mil, mas apenas mil era dado pessoalmente – o restante era repassado a sua conta bancária.

Reprodução/Sentença


Indicada pelo pai, nomeada por Temer
Até a última quarta-feira (3/1), Cristiane era deputada federal pelo estado do Rio de Janeiro. Foi indicada para o Ministério do Trabalho pelo pai, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que é atual presidente do PTB.

Em reunião com o presidente da República, Michel Temer, Jefferson – que foi protagonista e o primeiro delator do Mensalão há pouco mais de 10 anos – levou o nome da filha para coordenar a pasta do Trabalho. Após a confirmação do Planalto de que ela assumiria o posto, o pai declarou que a nomeação é um “resgate” da imagem dele e da família.

Delações
Cristiane Brasil foi citada em duas delações premiadas: a da Odebrecht e a da JBS. Executivos das empresas atribuíram a ela participação na negociação da suposta venda do apoio político de seu partido e o recebimento de dinheiro via caixa-dois nas eleições de 2014.

O ex-diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud disse aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que a empresa comprou o apoio petebista à campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Segundo a denúncia, a nova ministra foi uma das principais articuladoras da adesão do partido, então na base aliada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), às fileiras tucanas.

Procurada pela reportagem, Cristiane Brasil não atendeu às ligações.

 

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