Ministério da Indústria: associação têxtil critica fusão de pastas
Segundo presidente da Abit, indústria precisa de um ministro que “viva o setor, que o conheça profundamente”
atualizado
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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel (foto em destaque), declarou nesta terça-feira (30/10) ser “equivocada” a decisão da equipe do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de acabar com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). A pasta passaria por uma fusão com a Fazenda e o Planejamento, formando um futuro Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes.
“A indústria está se renovando no mundo inteiro. É uma nova era de transformação, com a indústria 4.0. Um ministério para o setor é necessário, para discutir políticas”, disse Pimentel. “Não vejo o Brasil dando certo sem uma indústria relevante. Colocar a indústria como secretaria ou algo assim é diminuir sua importância. É uma decisão equivocada”, acrescentou.
Para o presidente da Abit, a fusão de ministérios não é mera formalidade, pois afeta, sim, a qualidade das políticas, pela concentração de poder em torno de um ministro, diminuindo a possibilidade de contraponto em questões conflitantes.
“Quando começa a empacotar demais, por questões de domínio da agenda, o contraponto perde força, porque uma área vai passar a responder à outra. É preciso ter o mesmo nível hierárquico”, ressaltou.
Para Pimentel, a indústria precisa de um ministro que viva o setor, que o conheça profundamente. “Como será com o ministro da Economia? Ele vai cuidar de todos o assuntos, ele vai ser o batedor de martelo em todas as questões? E o comércio exterior, que tem negociações experientes para acordos internacionais?”, questionou.