Igualdade Racial não será ministério isolado, assegura Anielle Franco
Irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018, Anielle foi anunciada nesta quinta como ministra da Igualdade Racial no governo Lula
atualizado
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A futura ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), afirmou nesta quinta-feira (22/12) que a pasta não será “isolada”. “Vamos trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro”, disse a ativista, em uma rede social.
Anielle é irmã da ex-vereadora do PSol Marielle Franco, assassinada a tiros em março de 2018 no Rio de Janeiro. Ela foi anunciada nesta quinta como ministra da Igualdade Racial pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mandatário também anunciou os nomes de outros 15 ministros.
Treze ministérios seguem com os comandos indefinidos.
Anielle disse ter aceitado o convite de chefiar a pasta depois de refletir com a família, companheiras de caminhada e movimentos.
“Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade”, afirmou ela, nas redes sociais.
“Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas”, prosseguiu Anielle.
Veja:
Recebi o convite do presidente Lula para ser Ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. +
— Anielle Franco (@aniellefranco) December 22, 2022
Cenário de desmonte
Na saída do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde aconteceu o anúncio de seu nome para a pasta, Anielle afirmou que o cenário atual é de “desmonte”. A nova ministra ainda ressaltou a falta de orçamento, problema levantado por todos os demais setores.
“Eu acho que a primeira coisa a gente tem que reestruturar, porque a gente tá pegando um cenário de desmonte, que não tem orçamento”, disse Anielle. “Era um governo que não apostava e não tinha mínima política pública para mulheres, negros e pobres.”
Assassinato da irmã
Anielle também declarou que uma das preocupações de sua gestão será resolver o assassinato de sua irmã, a ex-vereadora do PSol Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.
Marielle voltava do evento Jovens Negras Movendo as Estruturas quando teve o carro emparelhado por outro veículo que levava os autores dos disparos. Uma assessora da parlamentar também também estava no carro, mas sobreviveu ao ataque.
“A questão é por que a Mari foi assassinada com cinco tiros na cabeça sendo uma vereadora eleita no Rio de Janeiro com 46 mil votos”, declarou.
“A gente tem essa esperança de que a gente consiga descobrir quem mandou matar a Marielle.”