“Minha ação no MEC é muito mais espiritual que política”, diz Milton Ribeiro
Ministro fez declaração durante o “Simpósio Cidadania Cristã”, evento evangélico que também contou com a presença de Bolsonaro
atualizado
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse, nesta terça-feira (5/10), que o cargo é “muito mais espiritual, que político”. O chefe da pasta, que também é pastor da igreja evangélica presbiteriana, fez a declaração durante o “Simpósio Cidadania Cristã”.
“A minha ação no MEC, vocês vão me entender, é muito mais espiritual do que política”, disse em discurso no evento religioso. “Sou pastor, não me envergonho do Evangelho, como disse. E mais ainda: o meu maior medo, a minha maior preocupação, não é que eu vou me envergonhar do Evangelho, é que eu não envergonhe o evangelho com ações, com decisões, com coisas que de alguma maneira o homem de Cristo, da igreja possa ser vilipendiado”, assinalou.
O simpósio realizado nesta terça foi promovido pela Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp), pela Associação dos Parlamentares Evangélicos do Brasil (Apeb), pelos Conselhos Estaduais de Pastores e pelo Movimento Acorda. O evento aconteceu na Igreja Batista Central, em Brasília.
O evento contou com a participação do Jair Bolsonaro (sem partido), nove ministros de Estado e parlamentares evangélicos.
Os pastores apresentaram ao presidente Bolsonaro uma carta com reivindicações da comunidade evangélica, como o aumento de recursos orçamentários para as comunidades terapêuticas e políticas facilitadas para a adoção de crianças.
Declarações polêmicas
Milton Ribeiro já protagonizou diversas falas polêmicas durante administração à frente do Ministério da Educação. Em agosto, ele declarou que crianças com deficiência “atrapalhariam” o aprendizado das outras. No mesmo mês, o ministro também disse que há crianças com “um grau de deficiência que é impossível a convivência”.
Em 16 de setembro, na Comissão de Educação, Esportes e Cultura do Senado Federal, Ribeiro se desculpou em público pelas falas. “O termo usado foi um grande erro”, disse o ministro. “As minhas colocações não foram as mais adequadas e imediatamente quando percebi isso, fui às minhas redes sociais para me desculpar com as pessoas que magoei”, justificou aos senadores presentes na comissão. “Reitero meu sincero pedido de desculpas a todos os que se sentiram ofendidos após as minhas declarações em entrevista”, completou.
No entanto, na mesma ocasião, o ministro da Educação disse que jogou R$ 300 milhões “na lata do lixo” por causa dos alunos que faltaram ao Enem de 2020, realizado durante o ápice da pandemia no país.