Militares tentam segurar Moro após novo confronto com Bolsonaro
Segundo interlocutores, Moro não chegou a pedir demissão, mas afirmou que não concorda com a troca e reavaliaria sua permanência no governo
atualizado
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O núcleo militar do Palácio do Planalto tenta evitar, na tarde desta quinta-feira (23/04), uma possível demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comunicar a ele que trocará o comando da Polícia Federal, atualmente ocupada por Maurício Valeixo. São informações do blog Fausto Macedo, do Estadão.
De acordo com interlocutores do presidente, Moro não chegou a pedir demissão, mas afirmou que não concordava com a troca e reavaliaria sua permanência no governo.
Ao final de reunião na manhã desta quinta, o ministro da Justiça deixou o Palácio do Planalto sem uma definição do seu futuro. Os militares do primeiro escalão tentam encontrar uma solução para o impasse.
Bolsonaro quer indicar o nome do chefe da PF, mas Moro resiste a ficar sem Valeixo, com quem trabalha desde os tempos da Operação Lava Jato, e, principalmente, não ter poder de decisão sobre um dos principais cargos do seu ministério.
Pressão do ministro
Nos bastidores, no entanto, a ameaça de demissão é encarada como uma pressão de Moro, o ministro mais popular do governo.
Por outro lado, Bolsonaro, durante a crise com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que não há ministro “indemissível”. Em outra ocasião, disse que usaria sua caneta contra pessoas do governo que “viraram estrelas”.
Para interlocutores do presidente, o recado mirava não apenas Mandetta, mas também Moro, que vinha sendo alvo de reclamação de Bolsonaro por não se empenhar na defesa das posições do governo.