Michelle Bolsonaro diz que mulher precisa ser “ajudadora” do marido
Em tentativa de reverter a forte rejeição do eleitorado feminino, presidente exaltou mulheres durante visita ao Nordeste nesta quarta
atualizado
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A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (14/9), que as mulheres precisam ser “ajudadoras” de seus maridos. A fala foi feita durante agenda de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal, no Rio Grande do Norte.
“Aqui tem um homem talvez um pouco mais técnico, mas aqui tem uma mulher espiritual. Então eu acho que se completa, né? Tem que ser assim, né, minhas amadas? A mulher ajudadora do esposo, não é isso? É a gente que aguenta, né?”, disse a primeira-dama aos presentes.
No mesmo evento, Bolsonaro, que é candidato à reeleição, disse que “não é atrás de um grande homem que tem uma grande mulher”. “É ao lado de um homem que existe uma grande mulher”, afirmou o presidente.
Mais cedo, durante outro compromisso na capital nordestina, o atual titular do Palácio do Planalto voltou a exaltar o público feminino. Segundo ele, as mulheres “estão em primeiro lugar em qualquer planejamento de governo”.
“Nós temos um carinho todo especial para com a mulher brasileira. […] As mulheres estão em primeiro lugar em qualquer planejamento de governo. […] Nós temos mais que um carinho, um trabalho muito especial para as mulheres do nosso Brasil”, declarou.
As falas do presidente e da primeira-dama são uma estratégia da campanha para reverter a rejeição entre o eleitorado feminino. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última semana, Bolsonaro é reprovado por 45% das mulheres do país.
Para contornar o cenário, Michelle Bolsonaro, também tem trabalhado aparecido nos programas eleitorais do marido. Em uma peça exibida nessa terca (13/9), a primeira-dama disse que “se para alguns parece estranho que o Jair tenha feito tanta coisa para a proteção das mulheres, é porque não conhecem o presidente”.
Reeleito em 1º turno
Na agenda desta noite, Bolsonaro ainda disse que, a depender da vontade divina, ele será reeleito para um novo mandato ainda no primeiro turno das eleições, marcado para o dia 2 de outubro.
A fala do candidato diverge das mais recentes pesquisas eleitorais, que mostram que a disputa pelo Palácio do Planalto deve ser definida no segundo turno. De acordo com levantamento do Instituto Ipec divulgado nesta semana, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 46% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 31%.
Já a sondagem mais recente do Instituto Datafolha, publicada na semana passada, aponta que o petista manteve os mesmos 44% das intenções de voto em relação ao estudo realizado há duas semana; o atual mandatário, por sua vez, foi de 32% para 34%.
Os próprios integrantes da campanha do atual chefe do Executivo federal admitem que ele está “cristalizado” – ou seja, não varia além da margem de erro das pesquisas. Dizem, porém, que os atos realizados em comemoração ao Bicentenário da Independência, em 7 de Setembro, serviram de “contraprova” para mostrar que Bolsonaro será reeleito no primeiro turno.