Michelle Bolsonaro após ação da PF: “Na minha casa, apenas eu fui vacinada”
Operação da Polícia Federal na residência do casal Bolsonaro apreendeu o celular do ex-presidente, suspeito de adulterar cartão de vacina
atualizado
Compartilhar notícia
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro declarou, nesta quarta-feira (3/5), que apenas ela tomou a vacina contra a Covid-19. A esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi imunizada em viagem aos Estados Unidos, em setembro de 2021.
O ex-mandatário e a filha do casal, Laura, de 12 anos, não teriam sido vacinados. Desde o início da pandemia, Bolsonaro se posicionava contra a imunização e questionava a eficácia dos imunizantes.
Bolsonaro e filha Laura tiveram cartões de vacina contra Covid alterados
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta uma operação que apura um suposto esquema de fraudes em cartões de vacinação. O tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e outros dois assessores do ex-presidente foram presos.
Também foram realizadas buscas na casa do ex-presidente da República em Brasília, ocasião em que o celular dele foi apreendido pelos agentes da PF. O celular de Michelle não foi retido.
Em postagens pelo Instagram, Michelle, que hoje é a presidente nacional do PL Mulher, disse não saber o motivo da operação e publicou ainda um salmo. Veja:
A vacinação da então primeira-dama foi revelada pelo próprio Bolsonaro, durante viagem aos EUA na qual participou da abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 2021.
Em live pelas redes sociais em 23 de setembro daquele ano, Bolsonaro disse:
“Olha o que aconteceu com a minha esposa: veio conversar comigo. ‘Tomo ou não tomo a vacina?’. Sabe como é que é esposa, né? Quem tem esposa sabe como é que é. Veio conversar comigo, dei minha opinião para ela. Não vou falar qual foi a opinião. Vou falar o que ela fez: ela tomou a vacina. Ela é maior de idade, tem 39 anos, sabe o que faz”.
A operação
A Polícia Federal deflagrou a “Operação Venire”, cujo nome deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”, “ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. É um princípio-base do direito civil e do direito internacional que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.
Segundo a PF, os suspeitos da fraude inseriram dados falsos de vacinas contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
O objetivo foi emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa forma, permitir que elas pudessem viajar e acessar locais onde a imunização era obrigatória.