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“Meu silêncio não está à venda”, afirma Cunha em depoimento à PF

O deputado cassado (PMDB-RJ) foi interrogado no inquérito que investiga o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção e obstrução à Justiça

atualizado

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1 de 1 cassação cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou nesta quarta-feira (14/6), em depoimento à Polícia Federal, que recebeu propinas da JBS em troca de se manter calado nas investigações da Operação Lava Jato. O peemedebista prestou depoimento no inquérito que investiga o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa.

“Meu silêncio não está à venda”, disse Cunha, segundo o advogado Rodrigo Sanchez Rios, que acompanhou o depoimento. De acordo com Rios, o deputado cassado negou “categoricamente” todas acusações de pagamento de propina feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), Joesley disse que pagava uma mesada a Cunha e ao operador financeiro Lucio Funaro em troca do silêncio de ambos. Disse ainda que Temer sabia da mesada. Em gravação anexada ao inquérito, Joesley diz ao presidente que “eu tô bem com o Eduardo”, ao que Temer responde “tem que manter isso, viu”.

“O deputado ressaltou que nunca procuraram ele. Nem o presidente Temer nem interlocutores do presidente. Ele negou categoricamente. Respondeu de forma geral”, disse o advogado.

Segundo Rios, a Polícia Federal em Brasília enviou 47 perguntas para serem feitas a Cunha. Aproximadamente a metade delas diz respeito à ação que corre na 10ª Vara Federal de Brasília com base na delação de executivos da Odebrecht que dizem ter pago R$ 17 milhões ao ex-presidente da Câmara em troca da liberação de verbas do Fundo de Investimento do FGTS.

Cunha não respondeu a estas indagações alegando que prefere tratar delas no âmbito do próprio processo. Segundo o advogado, os questionamentos foram extraídos das perguntas feitas pela própria defesa de Cunha a Temer.

O deputado cassado, preso desde outubro do ano passado, deve voltar ainda nesta quarta para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

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