“Meu mandato não é ficar brigando com o Bolsonaro”, diz Lula
Lula disse que não pretende passar ideia de “perseguição sistemática a ninguém”, mas adiantou que será duro contra “fábrica de fake news”
atualizado
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Questionado sobre responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por más condutas ao longo dos últimos quatro anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não quer passar ideia de “perseguição sistemática a ninguém”, mas disse que seu governo será muito duro contra “a fábrica de fake news”.
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“Nós vamos ser muito duros contra a fábrica de fake news. Esse povo não pode estar subordinado à mentira”, afirmou Lula em café da manhã, nesta quinta-feira (12/1), com jornalistas, no Palácio do Planalto. Ele criticou a maneira como Bolsonaro governou o país.
“Eu não quero passar a ideia de que a gente vai fazer aquele processo de perseguição sistemática contra ninguém”, prosseguiu o presidente, afirmando que determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) que levantasse os sigilos daquilo relacionado ao governo Bolsonaro que seja de interesse público.
“Eu não quero fazer disso o meu mandato. O meu mandato não é ficar brigando com o Bolsonaro. É brigar contra a fome, contra a desigualdade, contra o desemprego”, concluiu.
Sobre Bolsonaro, Lula também disse que ele é “um cidadão que tem desequilíbrio mental”.
Na entrevista, Lula ainda afirmou que, 30 dias antes da posse, já estava governando o país “de forma inédita”, porque “o genocida que perdeu as eleições se trancou dentro de casa”. Durante a transição, o petista aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para garantir o pagamento mínimo de R$ 600 a beneficiários do Bolsa Família em 2023.
O mandatário disse que é preciso normalizar o país, com cada instituição e representante cumprindo seu papel, baseado em um relacionamento civilizado e respeitoso.