Bolsonaro: “Exército não vai pra rua obrigar o povo a ficar em casa”
Presidente disse que, se quisesse, poderia tomar medidas restritivas nacionais, mas não obrigará o povo a ficar em casa porque não é ditador
atualizado
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Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (8/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, se quisesse, poderia decretar um lockdown nacional para frear o contágio da Covid-19, mas que não vai “colocar o Exército na rua” para “obrigar o povo a ficar em casa”.
“Eu poderia decretar lockdown, sabia disso? Por exemplo, fecho um estado. O governador pode pegar uma região do estado e, além de fechar, ainda pode impor outras medidas restritivas. E, dentro daquela região, se o prefeito quiser, ele ainda coloca mais medidas restritivas”, explicou o mandatário da República.
“Não vou decretar [o lockdown]. E, pode ter certeza, o meu Exército não vai pra rua obrigar o povo a ficar em casa. O meu Exército, que é o Exército de vocês. Eu quero paz, tranquilidade, respeito às instituições, mas algumas delas estão se excedendo”, continuou.
Na ocasião, o chefe do Executivo ainda afirmou que, se fosse dono de tudo, seria um “ditador”.
Japão
Bolsonaro apontou o Japão como exemplo do combate à pandemia. Ele ainda argumentou que, no enfrentamento à Covid-19, o Japão “não adotou medidas de isolamento”, mesmo “tendo a população mais idosa do mundo”. E lembrou que havia crescido perto de um bairro japonês e que nunca tinha visto um “japa pedir esmola”.
“No Japão, não teve fica em casa, e a população é talvez a mais idosa no mundo. Mas lá ninguém estava unido para derrubar o presidente, estava unido para derrubar o vírus. Assim é quase no mundo todo. Raros são os países que estão aproveitando a pandemia para derrubar o presidente”, sugeriu o presidente.
No domingo (7/3), o Brasil bateu recorde pelo 12º dia consecutivo na média móvel de mortes causadas por Covid-19. A taxa chegou a 1.495, após o registro de 1.086 mortes.
Foram 80.508 novos infectados nas últimas 24 horas. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No total, o Brasil já perdeu 265.411 vidas para a doença e computou 11.019.344 casos de contaminação.
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada em vídeo por um canal no YouTube simpático ao presidente.