“Meu casamento com Guedes é indissolúvel”, diz Bolsonaro
Recentemente, um dos filhos do presidente colocou em dúvida a permanência do auxiliar em um eventual segundo mandato
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (25/2) que sua união com o ministro da Economia, Paulo Guedes, é “indissolúvel”. A declaração foi dada em cerimônia de lançamento do Modelo Regulatório do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em Brasília (DF), na qual o titular da Economia também estava presente.
“Meu casamento com o Paulo Guedes é indissolúvel, não existe divórcio”, afirmou Bolsonaro. Anteriormente, em discurso, o ministro comentava a postura do chefe de trocar os auxiliares que supostamente não resolvem problemas, ao que Bolsonaro brincou: “Até chegar em você”, provocando risadas da plateia.
Em sua fala, Guedes também fez uma série de elogios ao mandatário, a quem classificou como “um presidente digital” e “atento ao detalhe”.
O auxiliar ainda saudou o fato de Bolsonaro sair às ruas para conversar com a população, postura muitas vezes criticada por adversários, que o acusam de populismo eleitoral. “Ele corre atrás e se não está resolvido, ele pressiona para resolver”, disse o ministro.
Recentemente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente Bolsonaro, colocou em dúvida a permanência de Guedes em um eventual segundo mandato do pai.
Ao reconhecer que o papel exercido pelo chefe da equipe econômica é “cansativo”, Flávio disse que só depende de Guedes “continuar dando a sua contribuição” ao governo. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.
O senador afirmou que há uma espécie de cardápio eleitoral que o ministro precisará seguir, que envolve, por exemplo, um “remédio amargo” para conter a inflação.
“Ele (Guedes) tem o senso de responsabilidade de buscar o meio-termo para que a política econômica não degringole o Brasil de vez, a médio e longo prazo, mas sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego. Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. Depende da disposição dele, que é cansativo. Você vê que o presidente Bolsonaro envelheceu muito, o Paulo Guedes também. É muito desgastante. Se ele quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele.”
Medida para a industrialização
No evento, Bolsonaro ainda adiantou que pretende apresentar na tarde desta sexta-feira uma medida para promover a industrialização do país. Ele não forneceu maiores detalhes sobre o anúncio.
“É coisa que queríamos fazer lá atrás, a pandemia atrapalhou”, se limitou a dizer.