Mesmo sem ver dados, Bolsonaro defende Weintraub e Enem
Presidente afirmou que ministro da Educação quis explicar o que houve no exame, mas ele não quis ouvir: “”Tava (sic) de cabeça cheia”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (03/02/2020), que não quis ver os dados apresentados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019.
Weintraub acompanhou Bolsonaro nesta segunda viagem a São Paulo, onde o presidente participou do lançamento da pedra fundamental do Colégio Militar da capital paulista.
“Ele queria apresentar pra mim uns dados, e eu não quis. Tava de cabeça cheia. Hoje eu saturei. Não conversei”, disse o presidente a jornalistas que o aguardavam na entrada do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro ainda saiu em defesa do ministro e do exame, que é porta de entrada de jovens nas universidades públicas e privadas do país.
“Quase todo ano tem problema [no Enem]. É natural. Agora, representa menos de zero vírgula alguma coisa o problema que tivemos”, afirmou.
Enem 2019
Segundo o Ministério da Educação, houve “inconsistências” na correção de 5.974 exames, entre 3,9 milhões de alunos. O erro só foi identificado após reclamação dos estudantes, que perceberam aumento nas notas de corte do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o que deixaria vários candidatos fora da lista de aprovados.
Weintraub admitiu o erro, mas garantiu que todos os danos haviam sido reparados. Ainda há dezenas de ações na Justiça exigindo revisão geral de notas.