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Mesmo sem sessões, Senado manda terceirizados da limpeza voltar ao trabalho

Trabalhadores, que estavam fazendo escala, voltaram às atividades. Assessoria da Casa afirma que serviço encontrava-se deficitário

atualizado

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Servidores da limpeza do Senado
1 de 1 Servidores da limpeza do Senado - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Mesmo sem sessões presenciais no plenário e nas comissões e com restrições ao funcionamento dos gabinetes, o Senado Federal encerrou o regime de plantão dos terceirizados responsáveis pela higienização da Casa. Desde março, quando começaram as medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus, as equipes estavam se revezando para o serviço.

Ao Metrópoles, a assessoria do Senado justificou a convocação dizendo que “o regime de escala não tem se mostrado suficiente para limpeza e desinfecção de todos os ambientes da Casa”.

“Importante salientar que serviços de limpeza são considerados essenciais na prevenção da Covid-19. Atividades de limpeza e desinfecção de objetos e superfícies são indispensáveis nesse processo”, escreveram.

O Senado também destacou que os terceirizados que integram o grupo de risco do coronavírus – maiores de 65 anos, gestantes e pessoas com doenças crônicas – seguem, como os outros servidores, afastados, por força do Ato do Presidente do Senado nº 3/2020.

Segundo a Casa, a convocação geral dos demais será válida somente nesta semana, “apenas para evitar acúmulo de trabalho”, e em escala reduzida.

“Mesmo em escala reduzida, é importante frisar que todos estão tomando as precauções e uso de EPIs indicados pelas autoridades sanitárias, sobretudo as recomendadas pela Anvisa”, garantiu a assessoria.

Terceirizados ouvidos pelo Metrópoles, contudo, que falaram sob a condição de não serem identificados, afirmaram que, com a redução expressiva de servidores e visitantes no Senado, não há acúmulo de serviço e indicaram temer que a convocação se prolongue além da próxima semana.

As máscaras de proteção, único instrumento para evitar a contaminação dos servidores, também são motivo de queixas. Alguns preferem comprar o próprio equipamento, argumentando que se sentem mais protegidos com ele.

Eles têm medo de contrair a doença de colegas que manifestaram sintomas e que, em sua maioria, usam o transporte público para chegar ao trabalho. Servidores, aliás, lembram que o próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), teve Covid-19. “Devia se preocupar mais em evitar aglomerações”, ironizaram.

O Metrópoles também questionou o Senado se há previsão de retorno dos trabalhos normais. A Casa não respondeu, mas, segundo a assessoria da Presidência, não há qualquer definição sobre o tema, que será avaliado “com máxima cautela”. No último dia 27 de abril, Alcolumbre afirmou que queria retomar as atividades presenciais em junho.

No último sábado (09/05), o Congresso decretou luto oficial de três dias depois de o Brasil ter atingido a marca de 10 mil mortes pela Covid-19. No ato conjunto entre Alcolumbre e o presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ficou destacado que o Congresso “tem feito sua parte ao tomar medidas legislativas de suporte às pessoas, aos governos e às empresas. É um momento difícil para todos”.

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