Mesmo sem Barbosa, PSB quer candidatura própria à Presidência
Vice-presidente da sigla acredita que Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin não têm como de solucionar divisão de forças na legenda
atualizado
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O vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, ex-deputado Beto Alburquerque, defende a escolha de um novo candidato para o PSB depois da desistência do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa de disputar a Presidência. A ideia é evitar uma cisão na legenda.
Segundo ele, nem o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) nem o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e tampouco a ex-ministra Marina Silva (Rede) solucionariam a divisão interna de forças, notória entre os diretórios alinhados a São Paulo – do governador Márcio França – e Pernambuco – do governador Paulo Câmara. Os três presidenciáveis mantêm pontes com o PSB.
“Eu lamento ele não ser candidato. A gente perde um pedaço de um futuro mais promissor, mais ético para o país. Mas foi bom ter decidido antes. A gente perde um candidatíssimo, mas, por outro lado, não entra numa eleição com alguém em dúvida”, disse Albuquerque. “Insisto que o PSB tenha candidato próprio. Vamos ter 10 candidatos a governador. A única solução que não atrapalha ninguém é uma candidatura própria.”Sobre as divisões internas do partido, para Albuquerque, nem Eduardo Campos, ex-governador e candidato a presidente morto durante a campanha de 2014, e nem Marina Silva conseguiram unificar o PSB. “Qualquer outro candidato não vai unificar, as realidades regionais são muito diferentes”, disse. “Liberar as bases para fazer o que quiserem seria uma decisão analfabeta politicamente.”
Beto Albuquerque será candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, embora tenha colocado seu nome como pré-candidato a presidente no início do ano, antes das conversas do partido com Barbosa se intensificarem.
Segundo Albuquerque, Joaquim Barbosa chegou a comentar com correligionários, enquanto ensaiava a candidatura, sobre algumas das razões pessoais responsáveis por fazê-lo abandonar o plano de disputar a Presidência, entre elas, o sustento financeiro de alguns de seus familiares e a saúde de sua mãe.
“Ele tem família grande, tem gastos, tem empresa de advocacia para complementar a renda”, disse o ex-deputado. “A vida pessoal dele pesava muito. Ele tinha um modo de vida mais calmo, a mãe doente… Ele é meio arrimo de família, cuida de muita gente.”
A decisão foi “estritamente pessoal”, disse Barbosa em sua mensagem pública, na qual anuncia sua desistência, sem detalhar.