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Mensagens trocadas pelo ministro do Turismo revelam lobby em tribunais

Henrique Eduardo Alves teria agido para evitar bloqueio de recursos para obras da empreiteira na Arena das Dunas, em Natal, um dos estádios da Copa de 2014

atualizado

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José Cruz/Agência Brasil
ministro turismo
1 de 1 ministro turismo - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez lobby para a OAS em dois tribunais de contas para evitar o bloqueio de recursos para as obras da empreiteira na Arena das Dunas, em Natal, um dos estádios da Copa de 2014. A ação é comprovada por mensagens trocadas entre Alves e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, condenado a 16 de reclusão.

Trechos das conversas, de 2013 e 2014, foram obtidos pela reportagem. No período, o peemedebista era deputado federal e presidia a Câmara. Nos diálogos, além de tratar de favores a Pinheiro, o ministro cobra repasses da OAS para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte. Para a Procuradoria-Geral da República, as doações foram “vantagens indevidas” pagas para que Cunha e seu grupo defendessem interesses da OAS.

As mensagens sobre o lobby nos tribunais foram trocadas entre junho e julho de 2013. Em 14 de julho, Alves promete a Léo Pinheiro agir no Tribunal de Contas da União: “Seg (segunda), em BSB (Brasília), vou pra cima do TCU. Darei notícias”, diz o ministro do Turismo.

Os diálogos indicam que a operação envolveria tratativas com o então ministro do TCU Valmir Campelo Bezerra, que na época relatava processo sobre a Arena das Dunas. Na ocasião, após receber denúncia de irregularidades do Ministério Público Federal, o tribunal abriu um processo para acompanhar o financiamento da obra.

Garibaldi Alves
Em outra mensagem, de 22 de junho de 2013, Alves diz a Léo Pinheiro que poderia marcar com o presidente do TCE-RN. “Já marcaria com o Pres TC, irmão do Garibaldi”, afirmou. Na época, o presidente da corte era Paulo Roberto Chaves Alves, irmão do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), primo do ministro.

O ministro admitiu ter auxiliado a OAS. “Ele (Léo Pinheiro) mobilizou o governo, todo mundo para ajudar. Isso porque podia paralisar a obra e o estádio não seria entregue a tempo para a Copa”, afirmou. Valmir Campelo disse não se recordar de tratativas com Alves e ressaltou que não admitiria interferência em processos. A OAS não comentou. Paulo Roberto Chaves Alves não foi localizado até a publicação dessa reportagem.

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