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Meirelles propõe renegociação de dívidas de pessoas físicas

Emedebista foi o terceiro presidenciável a participar de série de entrevistas promovidas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

atualizado

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Henrique Meirelles_ebc
1 de 1 Henrique Meirelles_ebc - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, defendeu a criação de um programa de renegociação de dívidas para as pessoas físicas, como já foi feito para as empresas. Ele não detalhou sua proposta, mas se disse comprometido com a diminuição dos juros e aumento do crédito para as pessoas saírem da “bola de neve” das dívidas. Assim, o Brasil, em sua avaliação, deve voltar a crescer e a gerar empregos.

 

A ideia foi apresentada na entrevista exclusiva, ao vivo, concedida aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta segunda-feira (27). Ele foi o terceiro presidenciável a participar da série de entrevistas, levadas ao ar, às 17h30, com transmissão da TV Brasil, Rádio Nacional, Portal EBC e Agência Brasil.

O ex-ministro da Fazenda disse ter credibilidade, inclusive no exterior, para manter o dólar estável e assegurar investimentos estrangeiros e crescimento econômico. “Uma das consequências é que o dólar cai”, afirmou. Em suas considerações finais, ele declarou ter 10 anos de vida pública e 33 de trabalho no setor privado, sem qualquer processo judicial.

“Portanto, sou candidato ficha limpa”, destacou. “Com o ex-presidente Lula, criamos 10 milhões de empregos. Depois com o presidente Temer, criamos mais 2 milhões de empregos”, afirmou.

Confira a entrevista completa:

https://youtu.be/H5MQP8XIyug

 

A seguir, os principais temas da entrevista:

Criação do SUSP
Sobre o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), a ideia de Henrique Meirelles é implantar um modelo de informação centralizada, com dados em tempo real das principais ocorrências, podendo ser usado para a saúde e para a educação.

Intervenção no Rio de Janeiro
“Uma criança é assassinada e nem se cogita achar quem atirou. Foi uma medida absolutamente necessária”, disse. “Mas temos de equipar a polícia e contratar mais efetivo. Mas tudo começa com a economia. O país precisa crescer, aumentar arrecadação”.

Porte de armas
O candidato defendeu a atual legislação. Segundo ele, a experiência no Brasil mostra como o porte de armas leva a “situações de calamidade”. “Temos que ter a polícia para garantir a segurança das pessoas e não voltar à selvageria. Isso é obrigação do Estado”.

Redução da maioridade penal
Henrique Meirelles não acha que é a solução, mas tem de aumentar a penalização dos jovens de alguma forma. “No Brasil, isso tem se mostrado uma má experiência”, afirmou. “[os jovens] ficam nas cadeias empilhados com facções criminosas e saem pior”.

Saúde
Sobre o SUS, o candidato defendeu uma mudança que melhore a estrutura administrativa e a informatização. Deu como exemplo a adoção de um cartão único, que registra todo histórico do paciente.

“Se nós temos eficiência para transportar órgãos, isso significa que temos tecnologia para atender um paciente num posto de saúde de uma cidade do interior”, afirmou Meirelles. Ele se mostrou contrário à cobrança nos hospitais e defendeu a universalidade dos SUS. Mostrou-se contrário também à recriação da CPMF.

Em relação a ampliar o atendimento do SUS por meio de entidades privadas, Meirelles entende que convênios com essas entidades provam ser possível fazer atendimento de qualidade com custo menor.

Aborto
O candidato se disse defensor do direito à vida e também do direito da mulheres, mas ressaltou que entende as posições de igrejas sobre o tema.

Teto de gastos
Defendeu a medida, reafirmando que no caso da saúde e educação “é um piso – e não teto”. O emedebista disse que é preciso aumentar o tamanho do “cobertor”, com crescimento econômico, para que os municípios possam ter mais dinheiro e investir na área social.

Educação
Defendeu investimento no ensino profissionalizante e nas creches. “Proponho a criação do Pró-Creche”, anunciou. Falou também em um “Prouni” para escola infantil, com avaliação do desempenho do ensino, e considerou que o Fies, financiamento de vagas no ensino superior privado, hoje “está na direção certa”.

Bolsa Família
Meirelles defende a criação de porta de saída para o Bolsa Família. Segundo ele, uma boa experiência é o programa “Progredir”, efetivado pelo atual governo.

Juros altos e endividamento
O ex-ministro da Fazenda classificou os juros do cartão de crédito “altíssimos”. “Tem de cair e isso cai com estabilidade da economia”, afirmou. Ele defendeu a expansão de fintechs, empresas que emprestam com juros mais baixos e competem com os bancos, oferecendo mais crédito. “Agora, país quebrado não ajuda ninguém”, observou. Ele prometeu “fazer um programa de renegociação de dívidas especial para pessoas físicas, como já foi feito com empresas.”

Salário mínimo e empregos
Para o candidato, a política do salário mínimo “com ganho real acima da inflação” é adequada, mas o Brasil precisa crescer para as empresas terem condições de pagarem o valor. Ele reafirmou sua promessa de criar 10 milhões de empregos em quatro anos, se for eleito. Para a recuperação da economia, disse que “o caminho é política econômica correta e incentivo direto”, além da retomada de obras.

Reforma da Previdência
Considerou adequada a proposta enviada pelo governo ao Congresso. Lembrou que 70% dos que aposentam com menor idade são os com renda mais elevada. “Existe uma injustiça que tem de ser eliminada. E precisamos garantir que todos possam receber renda [no futuro]”, disse. Ele destacou que na proposta em discussão no Congresso a idade mínima para aposentadoria começa em 55 anos para homem e 53 anos para a mulher e vai subindo devagar até chegar 65 e 62, respectivamente.

Reforma Trabalhista
É um processo dinâmico, que precisa ser aperfeiçoado. “Temos de assegurar uma legislação para que o trabalhador possa ter a liberdade de optar por aquilo ou não”.

Imigrantes venezuelanos
Ao sair da entrevista na EBC, o candidato comentou a decisão do senador Romero Jucá (MDB), presidente de seu partido, que anunciou o desligamento da liderança do governo por discordar das medidas adotadas pelo governo federal em relação aos imigrantes venezuelanos.

“Eu entendo a reação do senador porque a situação de Roraima é muito grave, é muito séria e não tem condições de receber tantos refugiados”, disse, salientando que a situação humanitária é dramática.

O candidato defendeu a redistribuição dos imigrantes por todo o país, para estados com mais recursos. “Roraima está sobrecarregada e a população, sendo prejudicada. Isso não é possível. De outro lado, temos que atender humanitariamente”, encerrou.

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