Meirelles: eventual candidatura à Presidência será “decisão pessoal”
O ministro da Fazenda fala sobre eventual candidatura à Presidência da República em 2018 e atual governo
atualizado
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a decisão sobre uma eventual candidatura à Presidência da República em 2018, pelo PSD, levará em conta aspectos “pessoais”. Apesar disso, o ministro já tem elencado os fatores políticos que podem pesar em sua decisão, prevista para ser anunciada somente em março do próximo ano.
“Começarei com decisão pessoal: se estou disposto ou não a entrar nesse processo eleitoral. Depois viriam questões políticas, partidárias, coligações e tempo de TV”, explicou antes de citar a influência das pesquisas de intenção de voto. “Sobre pesquisas, não estou pensando agora em tomar decisão e em qual é o critério. O critério não é ‘vou ser candidato se passar da porcentagem tal’. Se fosse assim, eu já teria tomado uma decisão, o que não é o caso”, justificou.
Meirelles foi questionado sobre como seria sua postura em relação ao governo Michel Temer em uma eventual campanha eleitoral. Segundo o ministro, caso ele decida mesmo se candidatar, fará uma defesa enfática da gestão peemedebista. “Nos meus tuítes de hoje, já existe defesa explícita do governo Temer. É um governo do qual faço parte e que teve coragem de fazer todas as reformas”, argumentou.
O ministro também teve de responder questionamentos sobre o fato de não ter mencionado no programa partidário do PSD, que será exibido nesta quinta-feira (21/12) em cadeia de rádio e televisão, sua participação no governo Lula. Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos do petista. Apesar disso, na inserção comercial de seu partido, o ministro faz, inclusive, críticas às gestões petistas sem mencionar nominalmente a legenda ou o ex-presidente.“É um programa partidário, falei da minha carreira. Não é algo para falar de membros de outros partidos. Não falei de Lula, assim como não caberia falar de FHC”, explicou. Em entrevista à Rádio Estadão, recentemente, Meirelles chegou a dizer que seria melhor para o debate político ter Lula como candidato em 2018.
O ministro disse não considerar a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da República em 2018. A negativa foi dada após questionamento sobre a possibilidade de o político compor chapa com outro eventual candidato. “Não considero essa possibilidade”, resumiu. O presidente Michel Temer ainda não descartou oficialmente se disputará a reeleição no ano que vem.
Temer
Mesmo com a elevada rejeição ao governo do presidente Michel Temer, Meirelles disse nesta quinta (21) acreditar que Temer seria um bom cabo eleitoral em uma eventual campanha sua para concorrer ao Palácio do Planalto. Em coletiva na sede do PSD, partido ao qual ele é filiado, Meirelles afirmou que “está claro” que os índices de aprovação do governo começam a melhorar e a recuperação da economia ajudará ainda mais nesse sentido
“Acredito que sim [Temer é bom cabo eleitoral], talvez não hoje, mas certamente em 2018. Com a recuperação da economia, os índices de aprovação do governo vão mudar muito”, afirmou Meirelles.
O governo revisou recentemente sua projeção para o crescimento em 2018, elevando de 2% para 3%. Ele admitiu que a votação da reforma da Previdência poderá ter efeito, mas essas estimativas são muito “imprecisas”. “Se o efeito [de uma não aprovação] for muito negativo, o PIB pode cair mais do que esperamos. Se for aprovada, dizer que vai crescer 3,25% em 2018 é muito impreciso. Por que não 4%?”, disse, emendando um sorriso
“Independentemente de 2018, o efeito positivo da aprovação da reforma da Previdência para os anos seguintes é muito forte”, afirmou o ministro.
Reeleição
Meirelles disse ainda que Temer está certo em não descartar uma candidatura à reeleição em 2018, mas se esquivou de responder sobre como seria uma virtual disputa entre o presidente e seu ministro na campanha eleitoral do próximo ano.
“A resposta do presidente é absolutamente correta [sobre não descartar candidatura à reeleição]. Mas isso não influencia em nada, na medida em que nem tomei decisão [sobre concorrer ou não]”, disse Meirelles na entrevista coletiva no PSD, partido ao qual é filiado.
Se alguém do governo resolver se candidatar, seja o próprio ministro, Temer ou aliados, a avaliação de Meirelles é que isso não vai influenciar as votações no Congresso Nacional. O governo ainda pretende ver aprovada a reforma da Previdência e medidas de ajuste fiscal para fechar as contas em 2018. “O período eleitoral se aproxima e o debate é absolutamente legítimo”, afirmou.
O ministro reiterou que vai tomar sua decisão sobre a candidatura entre o fim de março e início de abril do ano que vem. “Está tudo de acordo com previsto”, afirmou.
Meirelles deixou a coletiva do PSD desejando feliz Natal, um Ano-Novo de “celebração e de esperança”, com crescimento forte da economia. O ministro saiu sorridente, fazendo acenos e sinal de positivo com a mão.