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Médicos da Prevent eram desaconselhados a usar máscaras para evitar pânico nos pacientes

Segundo a defensora, a operadora desaconselhou o uso dos aparatos para não “criar pânico” nos pacientes da empresa

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Bruna Morato_CPI
1 de 1 Bruna Morato_CPI - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A advogada Bruna Morato, representante de ex-médicos da Prevent Senior, afirmou, nesta terça-feira (28/9), que a operadora desaconselhou funcionários a usarem equipamentos de proteção individuais (EPIs) para não “criar pânico” nos pacientes da empresa que procurassem atendimento.

A defensora, que representa 12 profissionais de saúde da empresa, narra que, inclusive, o descumprimento do protocolo sanitário recomendado pelas autoridades resultou no óbito de um colaborador por Covid-19.

“Isso pode ser averiguado com notícias que se tem de funcionários que faleceram pela falta de EPI. Um desses casos ocorreu com um enfermeiro que trabalhava na Prevent Senior, que já lidava com casos de Covid e que não podia usar o EPI”, conta.

Morato afirma que, segundo informações repassadas a elas pelos médicos, o objetivo era não provocar temor e insegurança nos pacientes. “Era para não causar pânico, para não desesperar. Por este motivo, a recepção com pessoas paramentadas foi desaconselhada”, prosseguiu.

Os profissionais de saúde, representados por Bruna Morato, elaboraram um dossiê entregue à comissão com denúncias de uso indiscriminado, nos hospitais da empresa, de medicamentos — como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina — sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19.

empresa, conforme revelou o Metrópoles, adotou o protocolo de administrar esses fármacos e passou dados para acompanhamento do governo federal. O padrão de uso foi desenvolvido com a ajuda de ao menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.

Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que aplicassem as drogas em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares, e até do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.

Outra acusação que pesa sobre a empresa é a de alterar atestados de óbitos para ocultar morte de pacientes por Covid-19, com orientação para os médicos mudarem os prontuários.

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