Médica diz que Bolsonaro perdeu 2,5 litros de sangue após facada
Presidenciável passou por transfusão e recebeu quatro bolsas de sangue: controlar a hemorragia foi um dos objetivos da cirurgia realizada
atualizado
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O ferimento à faca no deputado federal e candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez com que ele perdesse 2,5 litros de sangue, o equivalente a 40% do volume sanguíneo de um ser humano médio.
Por conta disso, ele já entrou em estado de choque na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais (MG), e só pôde ser salvo pela rapidez no atendimento.
As informações foram dadas nesta sexta-feira (6/9) pela diretora técnica da unidade de saúde, a médica Eunice Dantas. “O mais grave foi o comprometimento da veia, pelo sangramento de vulto. Ele perdeu em torno de 40% do volume de sangue do corpo. Um adulto do porte dele tem em torno de 5,5 litros de sangue circulando. Ele perdeu em torno de 2,5 litros. É muito grave. Ele poderia ter morrido”, observou a médica.
Como resultado da perda de tanto sangue, a pressão do político caiu para 8 por 4 (o normal é 12 por 8). “Ele chegou ao hospital em estado de choque]”, relatou a especialista. Segundo Eunice Dantas, por questões de centímetros a faca não feriu regiões mais sensíveis de Bolsonaro, o que poderia tê-lo levado a óbito.
Veias calibrosas
“Havia veias mais calibrosas, artérias próximas, órgãos mais nobres. Qualquer mudança ali podia ser fatal para ele”, explicou a médica, que acompanhou Bolsonaro desde o momento da entrada do presidenciável no hospital mineiro.
Segundo Eunice, Bolsonaro terá que utilizar, por até três meses, uma bolsa ligada ao intestino, com objetivo de recolher o material fecal, até que o órgão esteja completamente cicatrizado e livre de qualquer possibilidade de infecção – os intestinos grosso e delgado da vítima foram transpassados.
“Ele fez uma cirurgia aqui. A segunda será daqui a dois ou três meses, para a reconstituição do intestino grosso. Enquanto isso, ele vai utilizar uma bolsa para fora da barriga, por dois ou três meses. A colostomia não inviabiliza ninguém de fazer nada, é só questão de se acostumar com a bolsinha”, disse a médica.
Recomendação médica
Ela aconselhou que Bolsonaro se abstenha de ir para as ruas fazer campanha pelas próximas semanas, na reta final do primeiro turno das eleições, a fim de facilitar sua recuperação. Nesta sexta, aliados já disseram que ele não deve mais se arriscar em andanças pelo país: os apoiadores assumirão a agenda pública do candidato.
“Três semanas é um período muito curto para uma cirurgia deste porte. Eu acho que a estratégia de campanha vai ter que ser adaptada às condições dele agora” justificou a diretora da Santa Casa de Juiz de Fora.
A médica estimou que Bolsonaro já poderá ter alta hospitalar entre sete a 10 dias: “Se tudo correr bem, caso não haja intercorrência, tudo dentro do padrão, pode [ter alta nesse período]”.