MDB “repaginado” prevê mais mulheres e jovens na sigla
Baleia Rossi deve suceder a Jucá no comando do partido, que prepara uma renovação para disputar as eleições de 2020
atualizado
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Depois de ver a bancada na Câmara diminuir de 65 para 51 parlamentares no ano passado, na esteira do discurso da “antipolítica”, o MDB vai promover no congresso, marcado para 6 de outubro, uma “repaginação” da sigla para evitar um novo encolhimento nas disputas municipais do ano que vem. A composição das novas executivas emedebistas em todos os níveis terá, obrigatoriamente, 30% de mulheres, e o novo comando nacional da sigla será integrado majoritariamente por jovens.
Pelo acordo costurado nos bastidores pelo ex-senador Romero Jucá (RR), que substituiu o ex-presidente Michel Temer no comando do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), líder do partido na Câmara, será o sucessor.
A senadora Simone Tebet (MS), que chegou a se lançar na disputa pela presidência do Senado, mas foi derrotada por Renan Calheiros (AL) na indicação do partido, também vai integrar a executiva. O MDB encomendou pesquisas qualitativas e quantitativas para saber como é avaliado pelo eleitorado.
Com base nesses dados, o partido vai elaborar uma estratégia de comunicação e selecionar quais “bandeiras” vai levantar. “Vamos repaginar bandeiras históricas do MDB como liberdade de imprensa e democracia”, disse Jucá, que classifica a sigla como de “centro radical”.
O objetivo do partido é criar uma narrativa de defesa da sigla e uma estratégia comum de comunicação que una os 1.035 prefeitos, os 730 vice-prefeitos e os 7.500 vereadores da legenda.
O MDB vai aprovar ainda no congresso um novo estatuto que já está pronto e prevê a “novidade” de expulsão automática de quem for condenado em segunda instância, além de afastamento imediato em caso de prisão. No PSDB, que aprovou um código de ética em maio, só é expulso quem for condenado em última instância, o que manteve o deputado Aécio Neves (MG) — alvo de um pedido de expulsão — na legenda.
Pelo estatuto emedebista, no entanto, a punição só vai valer para novas condenações. Jucá, por exemplo, é réu na Lava Jato e investigado em outros inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Ele nega irregularidades.
O MDB também inaugurou uma plataforma que premia os filiados que acumularem mais “milhagens” por interação com o partido nas redes sociais. Esses filiados receberão materiais de campanha e direito a cursos online.