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MDB busca candidatura única no Senado

Com dois pré-candidatos, partido quer evitar fissura na disputa pelo comando da Casa

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Posse presidencial 2019 – Senado
1 de 1 Posse presidencial 2019 – Senado - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A bancada do MDB no Senado se reúne nesta terça-feira (29/1) para tentar evitar uma fissura no partido às vésperas da eleição para o comando da Casa. No encontro, os emedebistas vão decidir se mantêm a candidatura de Simone Tebet (MS) à presidência do Senado ou se lançam o senador Renan Calheiros (AL), mesmo diante de uma campanha negativa contra o parlamentar alagoano, alvo principal dos outros candidatos na disputa e nome considerado hostil pelo governo Jair Bolsonaro – ele tem o apoio de parte da bancada petista na Casa.

O temor de representantes da cúpula da legenda é de que o MDB chegue nesta sexta-feira (1º/2), dia da eleição, dividido entre dois candidatos, o que representaria, nas palavras de um cacique da sigla, uma “fratura exposta”.

Nessa segunda-feira (28), o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), propôs um acordo que resulte numa candidatura única.

A presidência do Senado é vista como uma forma de a legenda manter poder após as eleições 2018, quando o MDB viu suas bancadas no Congresso diminuírem significativamente. Na Câmara, o partido despencou de 66 deputados eleitos, em 2014, para 34, em 2018; no Senado, o número de parlamentares eleitos caiu de 18 para 12.

Simone, porém, tem dito aos membros do partido que deve disputar o comando da Casa mesmo que Renan obtenha a maioria dos votos na bancada. Nesse caso, ela se lançaria como candidatura avulsa contra o alagoano e os dois disputariam os votos dos outros senadores no plenário. Na avaliação de aliados da senadora de Mato Grosso do Sul, o maior obstáculo para sua vitória é o poder de articulação de Renan dentro da sigla. Nas outras bancadas da Casa, no entanto, Simone teria um cenário mais favorável do que o colega de partido.

O impasse e a possibilidade de um tensionamento fizeram com que aliados de Renan buscassem, inclusive, o apoio do ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB-MA), que costuma influenciar as decisões do partido mesmo após se distanciar dos mandatos no Legislativo. Sarney teria elogiado a conduta de Simone, mas indicado que Renan tem mais força para vencer a disputa na Casa.

Ainda assim, a senadora espera que, nos próximos dias, o PSDB, do senador Tasso Jereissati (CE), defina um posicionamento favorável a ela na eleição. A expectativa é de que os tucanos anunciem formalmente que, caso o MDB decida pelo nome de Simone, a sigla apoiará a parlamentar.

Com Reguffe, disputa já tem oito candidatos

O senador pelo Distrito Federal José Reguffe (sem partido) lançou nessa segunda-feira (28), por meio das redes sociais, sua candidatura à presidência do Senado. A eleição está marcada para a próxima sexta-feira (1º), mesmo dia em que a Câmara elege seu novo presidente.

As candidaturas serão formalizadas no dia da eleição, mas, até agora, estão colocados pelo menos outros sete nomes, sendo um deles do MDB. Além de Renan Calheiros (AL) – que ainda disputa no MDB a vaga com Simone Tebet –, são candidatos Tasso Jereissati (PSDB-CE), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Alvaro Dias (Podemos-PR), Esperidião Amin (PP-SC), Major Olímpio (PSL-SP) e Angelo Coronel (PSD-BA).

Em vídeo publicado no Facebook, Reguffe disse que vai usar sua candidatura para debater o custo do Senado para o contribuinte. Ressaltou ainda que quer propor o fim de benefícios dos senadores, como plano de saúde vitalício e verbas indenizatórias.

O parlamentar também pretende reduzir o número de servidores por gabinete de 55 para 12. Ele disse que emprega nove assessores. “Precisamos de um Senado que seja independente, que cumpra o seu papel constitucional. O Senado Federal não deve ser um puxadinho do Poder Executivo, mas também não deve ser instrumento de barganha e chantagem junto a esse Poder”, escreveu Reguffe em nota.

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