Mayra Pinheiro: Saúde não defendeu imunidade de rebanho sem vacina
Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a secretária foi questionada pela relatoria da CPI se defende a tese e negou
atualizado
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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou, nesta terça-feira (25/5), que a pasta “nunca defendeu” a tese da imunidade de rebanho da população brasileira expondo as pessoas ao novo coronavírus. Ela presta depoimento à CPI da Covid.
Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a pediatra foi questionada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) a respeito de um vídeo em que aparece defendendo o pleno funcionamento de comércio, indústrias e escolas, mesmo diante do contexto de crescimento de casos da Covid-19.
Na gravação, disponibilizada ao colegiado, a secretária afirma: “Garantidos os equipamentos de proteção individual, deixar que as nossas crianças frequentem as escolas, comércios, indústrias e estabelecimentos funcionassem com as orientações de distanciamento social”.
Segundo a servidora, o lockdown “causou mais pânico na sociedade”. “Atrapalhamos a evolução natural da doença nas pessoas que seriam assintomáticas, como as crianças, e que a gente teria um efeito rebanho. Estamos lutando para que a gente possa aplicar a ciência”, continuou no vídeo.
Ela foi provocada pelo relator a explicar a fala. “O áudio que o senhor acabou de mostrar se trata de uma colação referente à população pediátrica, aliás a retirada foi uma das maiores agressões que nós fizemos à população, privamos do bem mais importante da transformação social que é a educação. Crianças têm 37,5% menos chances de contrair a doença e a possibilidade de transmissão pelas crianças é baixa. Não precisávamos deixar as nossas crianças fora da sala de aula”, disse.
Questionada se era a favor ou contra a imunidade de rebanho por exposição ao vírus, a secretária negou apoiar a tese. “No Ministério da Saúde, nenhuma defesa foi feita a respeito dessa tese”, enfatizou.
CPI da Covid
Mayra é a nona depoente do colegiado. Antes deles, os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.