Marqueteiro petista delata US$ 700 mil da Odebrecht a Humala
Valdemir Garreta firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria peruana e relatou ter recebido valor da empreiteira em 2010
atualizado
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O marqueteiro petista Valdemir Garreta firmou delação premiada no Peru em que afirmou ter recebido da Odebrecht US$ 700 mil para conduzir a campanha de 2010 do ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016). O acordo, que aguarda homologação da Justiça peruana, está em sigilo.
No Brasil, Garreta foi responsável por coordenar os trabalhos de publicidade de candidaturas como a de Alexandre Padilha, em 2014, ao governo de São Paulo, foi sócio do ex-presidente do PT, Rui Falcão, e foi secretário municipal na gestão de Marta Suplicy (PT).
Delatores da empreiteira, entre eles, Marcelo Odebrecht, dizem ter feito repasse de R$ 3 milhões à campanha de Humala a pedido do ex-ministro Antonio Palocci, em 2010.
Em colaboração com as autoridades peruanas, Garreta diz desconhecer o envolvimento de Palocci, mas confirmou ter recebido diretamente da Odebrecht para a campanha de Humala.
Depoimentos
Um dos ex-executivos da Odebrecht, Jorge Henrique Simões Barata compareceu às 14h desta terça-feira, 27, na sede da Procuradoria da República da 3ª Região, em São Paulo, para depor a respeito de supostas doações ilegais à campanha de Humalla Ollanta Humala.
Nesta quarta-feira, 28, ele fala também sobre supostos repasses à campanha de Keiko FUjimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, em 2011.
Prisão
Humala está preso desde julho de 2017. A Justiça do Peru decretou sua prisão preventiva por um período de 18 meses. Segundo as investigações naquele país, Humala e a ex-primeira-dama, Nadine Heredia são acusados de terem recebido dinheiro ilícito da Venezuela e da empreiteira Odebrecht para as campanhas presidenciais de 2006 e 2011 – a empresa diz estar colaborando com as investigações.
O escândalo de corrupção da Odebrecht no Peru também envolveu os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006) e Alan García (1985-1990 e 2006-2011), acusados de terem recebido propina para obter a concessão de obras públicas.