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Marqueteiro afirma que pagou mesada a 11 indicados por Sérgio Cabral

Entre os beneficiados, segundo Renato Pereira, estariam o irmão do ex-governador do Rio e até fotógrafo da presidência da República

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1 de 1 sérgio-cabral-840×577 - Foto: Divulgação

O marqueteiro do PMDB, Renato Pereira, afirmou em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que pagou mesada a, pelo menos, 11 pessoas, a mando do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Segundo Pereira, entre 2007 e 2008, o então secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, pontuou a necessidade de abastecer o caixa paralelo do governo, apelidado de “Movimento Social”. As informações são do Jornal Nacional, da Rede Globo.

O delator explicou que, inicialmente, a quantia seria entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão por ano, paga em espécie e entregue por ele a Carlos Miranda, apontado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro de Sérgio Cabral.

Entre 2009 e 2010, Pereira diz ter passado a se encontrar com Carlos Miranda a cada três ou quatro meses, no Jardim Botânico, para repassar valores que giravam em torno de R$ 400 mil por encontro. Segundo o marqueteiro, isso ocorreu cerca de 10 vezes.

Pereira afirma que esse dinheiro era destinado a mesadas pagas a pessoas indicadas por Sérgio Cabral. O delator entregou à PGR uma lista com 11 pessoas ligadas à gestão do ex-governador.

Veja os nomes apontados por Renato Pereira:

    • Ana Paula, sobrenome não informado, apontada como ex-secretária pessoal do ex-governador. Anthony Garotinho: teria recebido R$ 20 mil mensais desde 2009.
    • Carlos Henrique Souza de Vasconcelos, jornalista, conhecido como Peninha: cerca de R$ 40 mil por mês desde 2008.
    • Dodô Brandão, cineasta: mesada de R$ 20 mil desde 2012.
    • Francisco de Assis Neto, então subsecretário de eventos da Secretaria de Comunicação: teria recebido R$ 100 mil em pelo menos uma oportunidade.
    • Hudson Carvalho, ex-assessor de Cabral: mesada de R$ 20 mil entre 2007 e março de 2014.
    • Maurício Cabral, irmão do ex-governador Sérgio Cabral: R$ 30 mil por mês, em espécie, entre 2007 e 2008. Posteriormente, segundo Renato, os valores passaram a ser pagos por seu sócio, Luiz Loffler, até junho de 2016, durante o mandato de Luiz Fernando Pezão. Renato Pereira diz que Maurício Cabral recebeu ainda, entre 2008 e 2016, uma participação anual nos lucros da Prole, R$ 250 mil.
    • Ricardo Cota, então subsecretário de Comunicação do Governo do Rio: entre 2007 e 2008, teria recebido R$ 30 mil mensais.
    • Ricardo Stuckert, fotógrafo da presidência da República durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff: segundo o marqueteiro, foi incluído na lista para agradar o ex-presidente Lula e recebeu cerca de R$ 40 mil de 2012 a março de 2014.
    • Roberto Berliner, cineasta: entre R$ 20 mil e R$ 25 mil mensais, de 2007 até março de 2014.
    • Wilson Carlos, braço direito de Cabral: Renato Pereira diz que entregava a ele mesadas de R$ 30 mil em espécie e, às vezes, R$ 60 mil ou R$ 100 mil de uma vez. O marqueteiro diz ainda que, mesmo depois da eleição de Pezão, Wilson Carlos continuou a receber a mesada de R$ 60 mil.
    • Piloto de helicóptero de Sérgio Cabral, não identificado: teria recebido mesada de R$ 10 mil mensais.

As defesas de Wilson Carlos e Carlos Miranda informaram que só vão se manifestar no processo. Carlos Henrique Souza Vasconcelos disse que comprovou os serviços ao governo do estado, emitiu nota fiscal e pagou os impostos.

O ex-governador Anthony Garotinho alegou que não tinha relação com Carlos Henrique Vasconcelos e Ana Paula Costa na época.

Em nota, o fotógrafo Ricardo Stucker afirmou que todos os serviços para os quais foi contratado foram prestados.

Ricardo Cota disse que todas as licitações das quais participou foram realizadas com o aval das comissões licitatórias e que os contratos foram auditados pelo Tribunal de Contas, que não encontrou nenhuma irregularidade.

A produção da Rede Globo não conseguiu contato com as outras pessoas citadas na reportagem.

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