Marina Silva tenta, de novo, quebrar a polarização entre PT e PSDB
Candidata da Rede ao Planalto aposta no discurso da ética e em programas jornalísticos para vencer concorrentes e chegar ao segundo turno
atualizado
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Marina Silva (Rede) registra a candidatura a presidente, pela terceira vez, com o desafio de tirar o debate político da polarização entre tucanos e petistas, dominante nas últimas seis eleições. Nas duas tentativas anteriores, nas disputas de 2010 e 2014, a ex-ministra do Meio Ambiente fracassou na estratégia de esvaziar os representantes do PSDB e do PT e o segundo turno foi decidido pelas duas legendas.
Na largada da campanha das eleições 2018, o cenário se apresenta com diferenças significativas. A começar pela posição dos candidatos nas pesquisas de opinião. Sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cédula, o líder nas consultas é o deputado Jair Bolsonaro (PSL), extremista de pauta conservadora e intruso na elite política nacional.
Pesquisa realizada pela Real Time Big Data, divulgada nessa terça-feira (14/8), mostra Bolsonaro com 21% da preferência dos eleitores. Marina aparece em segundo (11%), Geraldo Alckmin, do PSDB, em terceiro (9%) e Ciro Gomes, do PDT, em quarto (8%).
Vice na chapa de Lula e provável nome do PT para a corrida ao Planalto, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad tem 6% dos votos segundo a pesquisa eleitoral. Preso em Curitiba, o ex-presidente tenta concorrer outra vez ao Planalto, mas a Lei da Ficha Limpa impede a candidatura de condenados em segunda instância. O levantamento estimulado revela que, nesse momento da campanha, o petista teria 29%.
Para driblar a desvantagem
A candidata da Rede formalizou a candidatura à Presidência da República, por meio eletrônico, às 22h14 desta terça-feira (14). O nome do vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), também foi oficializado. Conforme a declaração apresentada à Justiça Eleitoral, Marina Silva tem patrimônio de R$ 118.835,13.
Nome importante no comando de campanha de Marina, o veterano deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) aposta no crescimento da candidata, apesar de larga desvantagem no tempo de TV e no tamanho do caixa. “A polarização, na verdade, existe em função do tamanho do horário eleitoral. Não existe divisão ideológica no Brasil, isso é coisa do tempo do muro de Berlim”, afirma o parlamentar fluminense.
Na opinião de Miro, a discrepância de tempo na televisão será compensada, com a exposição de Marina em programas jornalísticos nos meios de comunicação. O deputado da Rede também acredita que a cobertura diária da imprensa vai reduzir a proliferação de mentiras e distorções dos adversários.
Em 2014, Marina concorreu à Presidência pelo PSB depois da morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em um acidente de avião durante a campanha. A ex-ministra chegou a ficar em situação de empate com Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. Mas nem chegou ao segundo turno depois de uma série de ataques forjados por tucanos e petistas. A disputa final ficou entre Dilma e o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).
Miro prevê, ainda, o crescimento de Marina pela confiança que despertaria na população. Conhecida pelos dois mandatos de senadora e pelo cargo no Ministério do Meio Ambiente, a candidata tem a ficha limpa e não carrega na biografia casos ligados à corrupção. Essa é uma característica que contrasta com o histórico de escândalos de partidos como MDB, PT, PSDB, PP e PR, aliados dos adversários.
As próximas semanas vão mostrar aos brasileiros se a estratégia de se afastar desses partidos e abraçar a bandeira da ética (conforme o programa de governo abaixo) será acertada para levar Marina ao Planalto.
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