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Marina Silva anuncia recriação da Secretaria de Mudanças Climáticas

Marina Silva assumiu o comando do Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira (4/1), durante cerimônia lotada no Palácio do Planalto

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Fábio Vieira/Metrópoles
Marina Silva (Rede) foi candidata à Presidência em 2010, 2014 e 2018
1 de 1 Marina Silva (Rede) foi candidata à Presidência em 2010, 2014 e 2018 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou, nesta quarta-feira (4/1), a recriação da Secretaria Nacional de Mudanças Climáticas.

Durante discurso de posse, no Palácio do Planalto (leia sobre a cerimônia mais abaixo), a nova ministra também disse que até março deste ano será formalizada a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática no Ambiente e do Conselho sobre Mudança do Clima.

A nova à frente do Ministério do Meio Ambiente tem como um de seus principais desafios desacelerar o desmatamento ilegal e recolocar o Brasil como referência na agenda ambiental internacional.

Marina Silva também anunciou:

  • a retomada do controle do Serviço Florestal Brasileiro e da Agência Nacional de Águas (ANA);
  • a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDam);
  • a criação da Secretaria Extraordinária do Controle do Desmatamento; e
  • a criação do Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais.

Cerimônia de posse

A deputada federal Marina Silva (Rede) assumiu o comando do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima nesta quarta, durante cerimônia no Palácio do Planalto. De volta ao comando da pasta, Marina fala sobre os desafios da sua nova gestão e o fortalecimento dos órgãos de fiscalização.

É a segunda vez que Marina é ministra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A primeira vez foi há 15 anos, entre 2003 e 2008, quando também chefiou a pasta ambiental do petista.

Em seu discurso de posse, Marina Silva criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) ao dizer que a gestão anterior adotou medidas de “desrespeito com o patrimônio socioambiental brasileiro”.

“Boiadas passaram por onde deveria passar apenas proteção. Vários parlamentares se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte, e servidores públicos, setores do judiciário, que junto com a sociedade corajosa, se colocaram como verdadeiros anteparos da luta ambiental brasileira”, afirmou.

Marina Silva assume Meio Ambiente em condições distintas às de 2003

Perfil

Nascida em Rio Branco, no Acre, Maria Osmarina Silva Vaz de Lima tem 64 anos. Filha do seringueiro Pedro Augusto da Silva e Maria Augusta da Silva, ela teve uma criação humilde e trabalhou como seringueira ao lado da família para conquistar o sustento de casa.

Historiadora, foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre, ao lado do seringueiro Chico Mendes. Ela também possui pós-graduação em Teoria Psicanalítica pela Universidade de Brasília (UnB) e em Psicopedagogia pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Com uma longa carreira na política, ela já foi vereadora de Rio Branco, deputada estadual e senadora pelo Acre. Entre 2003 e 2008, foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula.

Em 2010, Marina concorreu à Presidência como candidata do Partido Verde. Na ocasião, recebeu 19,6 milhões de votos e ficou em terceiro lugar. Em 2014, quando também disputou o Palácio do Planalto, dessa vez pelo PSB, recebeu 22,1 milhões de votos, repetindo o terceiro lugar.

Em 2018, ela concorreu à Presidência pelo partido Rede Sustentabilidade e acumulou 1 milhão de votos. Nas eleições do ano passado, foi eleita deputada federal por São Paulo, cargo que terá de se licenciar agora que assumiu o posto de ministra de Estado.

Apesar das desavenças enfrentadas quando integrou o governo Lula pela primeira vez, Marina Silva foi um importante nome para a eleição de Lula em 2022. Como um nome prestigiado na questão climática, a ministra do Meio Ambiente participou ativamente de comícios e reuniões com a equipe do petista.

Em 2008, quando deixou o primeiro escalão de Lula, houve desentendimento entre o então presidente e o Partido dos Trabalhadores. Com histórico de discordâncias entre questões importantes para proteção do meio ambiente, como a concessão de licenças para obras e o Plano Amazônia Sustentável (PAS), a ministra foi colocada como um entrave para o desenvolvimento econômico no país por apoiadores do petista na época.

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