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Marina defende revisão da idade mínima para aposentadorias

Presidenciável afirmou no Jornal Nacional ser favorável a que mulheres tenham benefícios previdenciários antes dos homens

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Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, a candidata ao Planalto Marina Silva (Rede) defendeu nesta quinta-feira (30/8) que, se eleita, pretende realizar uma reforma da Previdência Social que altere a idade mínima para as aposentadorias. Justificou a proposta com o argumento de que as pessoas estão vivendo mais.

Marina afirmou, no entanto, que é favorável à manutenção da diferença entre os gêneros. “Mulheres devem aposentar mais cedo”, diz a presidenciável, depois de citar pesquisa que diz que as pessoas do sexo feminino são responsáveis por 80% das atividades domésticas.

Também em relação à Previdência, a presidenciável afirmou ser favorável a combater privilégio do Legislativo, do Executivo e do Judiciário por terem aposentadorias superiores à iniciativa privada. As propostas finais sobre esses temas, segundo a candidata, dependerão de debates com trabalhadores, empresários e especialistas.

Meio ambiente
Ao ser questionada sobre a lentidão na concessão de licenças, quando era ministra do Meio Ambiente na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, Marina disse não ter sofrido pressão para liberar obras sem a devida avaliação técnica. Ela também negou ter sido “admoestada” por Lula, em relação ao tema. “Isso faz parte da lenda e do processo de desconstrução”, respondeu.

Ainda a respeito do tempo em que esteve no governo federal, a presidenciável ressaltou que as licenças ambientais mais complicadas foram dadas em sua gestão no Ministério do Meio Ambiente.

“Limpamos a pauta no que era de competência do Ibama. As licenças mais complexas foram dadas na minha gestão. Jirau e Santo Antônio (hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia) foram licenciadas na minha gestão”, declarou.

A candidata também lembrou que a Transposição do Rio São Francisco, que vinha “da época do Império”, e a construção da BR 163, que tiveram as licenças concedidas durante sua gestão. “Isso foi feito porque tinha capacidade técnica e condição de passar para a opinião pública para que ela se sentisse segura”, destacou a ex-ministra.

Sobre as alianças com partidos que critica, como PT, PSDB, PMDB e legendas do Centrão, Marina disse que os critérios são os candidatos escolhidos para os acordos regionais. “Se formos olhar para os partidos, fica difícil um diálogo político. Temos que olhar para as pessoas, vamos governar com os melhores quadros, esse é um discurso que tenho desde 2010″, acrescentou.

Depois de dizer, sem revelar o nome, que adversários copiaram este discurso, a presidenciável da Rede confirmou que se referia a Geraldo Alckmin (PSDB) depois que o apresentador Willian Bonner lembrou o que o tucano dissera na véspera.

A participação em debates na TV e em entrevistas tem importância estratégica para a presidenciável. Com pouco mais de 20 segundos de tempo no horário eleitoral gratuito, ela tem maior dependência dessas mídias e das redes sociais para levar suas mensagens aos brasileiros.

Marina é a quarta candidata e última entrevistada pelo JN nesta rodada. Antes, passaram pela bancada os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Caso seja eleita, segundo afirmou, ela quer fazer um governo de “transição”, semelhante ao de Itamar Franco (1992-1995). “Durante quatro anos, eu vou governar este país para que a gente possa combater a corrupção, fazer ele crescer e ser um país justo para todas as pessoas”, acrescentou.

GloboNews
Logo depois do Jornal Nacional, Marina foi entrevistada por jornalistas da GloboNews. Em resposta a pergunta sobre as mudanças no ensino médio, ela afirmou que, se eleita, pretende manter o sistema em que os alunos podem indicar parte das disciplinas a serem cursadas. “Mas precisamos dar condições pra que as escolhas sejam verdadeiras”, disse.

A candidata da Rede argumentou que, hoje, essa escolha não é real, pois em boa parte dos municípios existe apenas uma escola. Logo, não haveria alternativas para os estudantes.

Ainda sobre educação, a presidenciável destacou que não é culpa dos professores o fato de não terem uma boa formação. “A partir do plano de carreiras, vamos melhorar os salários”, afirmou Marina. Na mesma entrevista, ela defendeu a educação gratuita. “Se tivermos uma escola pública tão boa no ensino médio e na educação infantil, teremos uma escola tão boa quanto a privada”, completou.

Em relação ao setor de saúde, a candidata da Rede lembrou que seu vice, Eduardo Jorge (PV), é médico e um dos responsáveis pela criação do Sistema Único de Saúde (SUS) na Assembleia Nacional Constituinte. Ela ressaltou que, no programa de governo, haverá descentralização do atendimento em 400 regiões do país para facilitar o acesso á população.

Marina também falou sobre a superlotação dos presídios no Brasil. Se for eleita, previu, vai trabalhar para o estabelecimento de penas alternativas para praticantes de crimes que não sejam graves.

Perguntada se indicaria um militar para o Ministério da Defesa, a presidenciável revelou que, embora nada tenha contra as Forças Armadas, optaria por um civil por ser essa a tradição desde a criação da pasta (no governo Fernando Henrique Cardoso).

Ao comentar como ser relacionaria com a “bancada da bala”, formada por parlamentares que defendem a indústria armamentista, ela fez uma referência indireta ao adversário Jair Bolsonaro. “Existem aqueles que querem liberar geral, não só a fabricação, mas também a aquisição de armas. Esse discurso que vamos resolver o problema da segurança com armamento é uma ilusão que está sendo vendida para a sociedade”, afirmou. Segundo a candidata, quem propõe isso está dizendo “se virem nos 30, se eu ganhar, vocês que vão ter que defender suas casas, suas propriedades e suas famílias.”

 

 

 

 

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