Marcos Rogério classifica como “piada” convocação de Bolsonaro à CPI
Senador disse que convocar o presidente da República seria uma “violação gravíssima à separação de Poderes”
atualizado
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Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, e Marcos Rogério (DEM-RO), governista, bateram boca nesta quarta-feira (26/5) devido ao requerimento de convocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentado à comissão.
Randolfe, autor do requerimento, afirmou que a convocação de Bolsonaro obedece aos mesmos critérios e vedações de governadores. Rogério, todavia, classificou o requerimento como “piada”.
“Não pode me destratar desta forma. O senador Marcos Rogério fica todo ouriçado quando se fala do presidente da República”, retrucou o vice-presidente da CPI.
O senador governista pediu respeito a Randolfe e afirmou que a convocação fere o princípio da separação de Poderes.
“Sem citar nome, parece que estão se sentindo no Tribunal de Nuremberg, esse sentimento tomou conta da CPI. Muitos senadores me criticaram por não assinar a CPI da Lava Toga. Não fiz, não é porque concordo [com as decisões do STF], mas respeito a Constituição quando se trata da separação de Poderes. Esse requerimento vai de confronto total à separação de Poderes, é inaceitável, para não dizer outras palavras e ser mal interpretado”, declarou Rogério.
Randolfe reiterou que “as vedações da Constituição e do Regimento Interno [do Senado] valem para presidente da República e governadores” e, ao convocar governadores, estaria abrindo precedentes e, por isso, apresentou o requerimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.