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Marcos do Val recua e diz que não sabe se vai renunciar: “Desabafo”

Marcos do Val acusou Bolsonaro de tentar coagi-lo a participar de um golpe. Em seguida, ele publicou uma nota dizendo que renunciaria

atualizado

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Geraldo Magela/Agência Senado
marcos do val
1 de 1 marcos do val - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) recuou, na manhã desta quinta-feira (2/2), e disse que “não decidiu ainda” se de fato vai renunciar ao mandato no Senado Federal. O parlamentar publicou um comunicado nas redes sociais, durante a madrugada, em que anunciava a própria “saída definitiva da política”.

“A decisão ainda não foi tomada se eu permaneço”, afirmou, durante coletiva de imprensa esta manhã. O senador defendeu que a publicação se trata de um “desabafo”, e que foi procurado pela equipe e por uma série de parlamentares, que o convenceram a reconsiderar permanecer na função.

Durante a madrugada, Do Val fez uma postagem nas redes sociais, em que afirmou que iria enviar um pedido de afastamento do Senado nos próximos dias, em razão dos ataques sofridos durante o mandato e das “ofensas pesadas” que estaria recebendo.

“Eu nunca fui político. Quando você entra aqui […] tem hora que a gente fica com vontade de ir embora, porque você é colocado em uma posição como se quisesse estar tirando proveito, querendo enriquecer”, explicou.

Do Val adicionou que estava decidido a renunciar ao cargo durante a madrugada, mas, quando acordou pela manhã, repensou.

Veja a coletiva de Marcos do Val:

“Quando eu postei isso, eu estava decidido mesmo a reunir a minha equipe para tomar a decisão se realmente iria sair”, prosseguiu. “Eu não posso largar a missão que assumi, sozinho até agora, de apresentar para a sociedade e para a imprensa quem prevaricou”.

O senador diz ter recebido ligações de políticos como Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco — eleito presidente do Senado nessa quarta-feira (1º/2) — pedindo que ele não desistisse da função.

“Naquela hora que eu postei, se fosse em horário comercial, eu tinha saído. Quando eu acordei, com o telefonema da minha filha, comecei a falar: ‘Não, se eu sair, não vou mostrar o resultado do meu trabalho e por que eu estou sofrendo essa perseguição de reputação’. Minha equipe pediu para que eu ficasse”, destacou, à imprensa.

Proposta de golpe

O senador afirmou, na madrugada desta quinta-feira (2/2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo a participar de um plano de golpe de Estado para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Marcos do Val disse, nas redes sociais, que recusou a proposta e denunciou o episódio. O senador não especificou quando ocorreu a coação, nem a quem ele delatou a tentativa golpista. Horas depois, afirmou que renunciaria ao mandato de senador pelo Espírito Santo. Ele foi eleito em 2018 com 863 mil votos para mandato de oito anos (2019-2027).

O parlamentar será intimado a depor na Polícia Federal (PF) no âmbito da investigação que apura os ataques terroristas ocorridos em 8 de janeiro deste ano na Praça dos Três Poderes,em Brasília. A decisão sobre a oitiva do senador ainda depende do ministro STF Alexandre de Moraes, como confirmou o Metrópoles.

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