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Marco Aurélio diz que decisão de Fachin é “péssima” para o Judiciário

O ministro Edson Fachin, do STF, decidiu, na segunda-feira (8/3), anular os processos envolvendo o ex-presidente Lula no âmbito da Lava Jato

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
marco aurelio
1 de 1 marco aurelio - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou que o sentimento acerca da decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lava Jato é de “perplexidade generalizada”.

“Uma perplexidade generalizada. Fiquei surpreso de voltar-se à estaca zero depois de as ações serem julgadas, de haver pronunciamento do TRF, do STJ. Vamos aguardar para ver os desdobramentos, se terá ou não a impugnação a essa decisão”, disse o ministro da Suprema Corte à Rádio Bandeirantes.

Para Marco Aurélio, o argumento dado por Fachin, de que Curitiba não tem competência para julgar o petista, é discutível. O magistrado classificou a decisão de anular os processos como “péssima” para a imagem do Judiciário.

Entretanto, Marco Aurélio descartou que a decisão tenha sido influenciada pelo envolvimento do Fachin com o PT no passado.

“Ele potencializou, não há a menor dúvida, o princípio da territorialidade. O que revela esse princípio? Que é competente órgão julgador do local da prática criminosa. Aí, entendeu que o ex-presidente Lula praticou os atos aqui em Brasília. Mas o próprio Código de Processo Penal prevê dois institutos que afastam a territorialidade”, explicou.

“Refiro-me à continência, quando se tem no processo vários acusados, e à conexão probatória – estarem os fatos interligados. Esses dois institutos geram a prevenção de um certo juízo. Agora, para o Judiciário, isso foi péssimo, já que a sociedade fica decepcionada de, depois de tantos procedimentos, voltar-se à estaca zero”, salientou Marco Aurélio.

Imparcialidade

O magistrado também disse acreditar na imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro, mas, ao mesmo tempo, não descartou que a conduta do ex-ministro deveria ser analisada.

“Há de haver uma resposta. Agora, que a resposta seja a partir da legislação de regência, não se chegando a transformação do juiz Sergio Moro de mocinho em bandido. Foi um grande juiz. Pena ele ter virado às costas à cadeira de juiz para assumir um cargo de auxiliar do presidente da República.”

Decisão monocrática

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidiu, na última segunda-feira (8/3), anular todos os processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da força-tarefa em Curitiba. Na prática, essa medida torna o petista elegível, segundo a Lei da Ficha Limpa.

A decisão de Fachin permite que Lula seja candidato às eleições de 2022 e, consequentemente, possível concorrente do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Com a decisão, os processos serão analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, que vai dizer se os atos realizados nos três processos podem ou não ser validados e reaproveitados.

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
Ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin
Edson Fachin, ministro do STF
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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello

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Ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin

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Edson Fachin, ministro do STF

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Fachin comandará o TSE até 17 de agosto de 2022, quando Alexandre de Moraes assume

Daniel Ferreira/Metrópoles

 

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