Marcelo Ramos cobra de Lira posicionamento sobre live de Bolsonaro
No Palácio da Alvorada, Bolsonaro recebeu cerca de 40 embaixadores para tratar sobre o sistema eleitoral brasileiro. Lira não se manifestou
atualizado
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O ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados Marcelo Ramos (PSD-AM) cobrou de Arthur Lira (PP/AL) um posicionamento sobre a live do presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada na segunda-feira (18/7), na qual ele voltou a falar sobre urnas eletrônicas e segurança nas eleições, dessa vez, a embaixadores.
Segundo o ex-vice líder, o silêncio do presidente da Casa é “ensurdecedor”, já que o posto ocupado por Lira exige posicionamento sobre “ataques ao sistema eleitoral”.
“Silêncio mais ensurdecedor que o dos embaixadores após a patética apresentação de Bolsonaro, só o do Presidente da Câmara, Arthur Lira, diante dos ataques ao sistema eleitoral e a Democracia. Ao posto de Presidente da Câmara não é dado o direito de escolher o silêncio cúmplice”, disse Ramos.
Silêncio mais ensurdecedor que o dos embaixadores após a patética apresentação de Bolsonaro, só o do Presidente da Câmara, Arthur Lira, diante dos ataques ao sistema eleitoral e a Democracia. Ao posto de Presidente da Câmara não é dado o direito de escolher o silêncio cúmplice.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) July 19, 2022
O presidente recebeu cerca de 40 embaixadores para tratar sobre o sistema eleitoral brasileiro. No encontro, o chefe do Executivo federal voltou a levantar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. O encontro aconteceu no Palácio da Alvorada e durou menos de uma hora.
A reunião com estrangeiros contou com a estrutura do governo para ser divulgada. Na ocasião, o chefe do Palácio do Planalto repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”.
Repercussões
Assim que o evento com diplomatas acabou, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu as declarações. O próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, disse, sem citar Bolsonaro, que muitos “buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.
Além disso, a Secretaria de Comunicação e Multimídia da Justiça Eleitoral também elaborou um documento rebatendo os argumentos do mandatário da República.
A Corte eleitoral disse que a invasão ocorreu no sistema interno do tribunal, e não no sistema de segurança das urnas eletrônicas. Reiterou ainda que o acesso hacker “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018” e que o TSE “nunca emitiu” informações de que os números de votos do então pleito poderiam ter sido alterados, como pregou Bolsonaro a diplomatas.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, também se manifestou, sem citar nomes, sobre a temática abordada por Bolsonaro na live. Em uma sequência de tuites, ele disse que há “questões superadas” que “não mais admitem discussão”.
Uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema.
Mas há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão. (+)
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) July 18, 2022