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Marcelo Freixo e Bibo Nunes batem-boca na Câmara sobre caso Marielle

Parlamentar do PSol atacou governistas. Peesselista reagiu, afirmando não admitir ilações contra o presidente e seus familiares

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MARCELO FREIXO, VOTA NO LEBLON, NA ZONA SUL DO RIO
1 de 1 MARCELO FREIXO, VOTA NO LEBLON, NA ZONA SUL DO RIO - Foto: ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

O discurso do deputado federal Marcelo Freixo sobre a morte de sua ex-assessora, a vereadora carioca Marielle Franco (PSol), no plenário da Câmara dos Deputados neta terça-feira (12/3), gerou tumulto e bate-boca entre ele e o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), correlegionário do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

Em seu discurso, Freixo se dirigiu aos governistas que estavam em plenário e cobrou respostas sobre quem teria sido o mandante do assassinato da vereadora, que completa um ano na próxima quinta-feira (14/3). Nesta terça (12), dois suspeitos do ataque foram presos no Rio de Janeiro.

“O recado que dou aos medíocres de plantão nesta Casa é que o tempo será implacável com vocês, porque vocês serão esquecidos. Ninguém vai lembrar que vocês existiram. A democracia que a Marielle representa não é uma democracia que vocês admitem”, disse o carioca.

Ao ouvir o discurso de Freixo, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), retrucou. “Não concordo”, disse, soltando uma risada no momento em que Freixo falava.

O discurso acabou sendo interrompido quando Freixo disse que os governistas não tinham coragem de falar cara a cara. O gaúcho perguntou: “Quer que fale cara a cara?”

Freixo questionou a interrupção: “O senhor é um deles que defende a morte da Marielle? Diga, fascista. O senhor chegou agora e sequer ouviu. Tenha a grandeza de aprender com a Marielle”.

Em meio à confusão, o deputado do PSol afirmou que “teria prazer em ouvir o deputado que o interrompeu”. “Não adianta se comportar como escravocrata, porque o senhor não encontrará mais escravos aqui”, atacou Freixo. “Estamos falando de um crime contra a democracia. É bom que apareçam os representantes da barbárie, porque eles estão aqui e estão em muitos lugares”, completou o deputado do PSol.

Acusações
Nesta terça, dois suspeitos de terem atirado contra a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, e de estarem no carro usado no duplo homicídio foram presos. Um deles, Ronie Lessa, acusado de ter efetuado os disparos, mora no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca (RJ). Outro, Élcio Vieira de Queiroz, acusado de dirigir o veículo usado no crime, tem fotos ao lado do presidente.

Quando questionado, durante coletiva de imprensa mais cedo nesta terça, sobre a proximidade do acusado ao peesselista, Freixo disse que não queria fazer ilações sobre a vizinhança do presidente da República.

Depois de toda a confusão e do fim do discurso, Bibo Nunes pediu para um de seus assessores ir até o gabinete para imprimir um cartaz com a frase: “Quem mandou matar Marielle?” e disse que se explicaria da tribuna.

“Eu também quero saber. Se é para exibir cartaz, eu também sei fazer”, disse o deputado. “O fato de eu não concordar com a política de Marielle não significa que eu admita a morte dela. Não admito nenhum tapa nela”, completou o parlamentar gaúcho.

Bibo Nunes ainda disse que não iria admitir que ninguém acusasse pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro de envolvimento com o crime e, por isso, reagiu. Embora Freixo não tivesse feito nenhuma acusação ao presidente ou familiares dele, o deputado disse ter se sentindo intimidado com o discurso. “Ele falava olhando para mim”, afirmou o peesselista.

O deputado justificou seu pedido de fala dizendo que iria fazer uma homenagem à polícia do Rio de Janeiro por ter elucidado o crime. “Minha intenção era essa. Homenagear a polícia do Rio de Janeiro por ter prendido os suspeitos”, afirmou.

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