Major Olimpio: “Não há diferença de ladrão, seja de direita ou de esquerda”
Em artigo de opinião no jornal Folha de S.Paulo, ele criticou a prática de rachadinhas e o toma lá dá cá do governo
atualizado
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O senador Major Olimpio (PSL-SP) publicou artigo, nesta quarta-feira (5/8), no jornal Folha de S.Paulo, e disse haver um “pandemônio” na política brasileira que devasta “tudo o que aprendemos sobre ética”.
O parlamentar alfinetou o colega de casa Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado por suposto esquema de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Na visão do senador, “estamos indo num caminho que o cultivo do ‘fazer errado’ parece que está certo”, podendo se tornar “irreversível” no futuro. “O famoso ‘roubou, mas fez’ me faz indagar: estamos num caminho sem volta? Na mesma velocidade que toda essa ação maléfica acontece ao nosso redor, estamos vendo as coisas acontecerem sem o menor sinal de uma possível solução para mudar a realidade”, opinou.
“Exemplo disso é o surgimento de casos e mais casos de corrupção, como mensalão, petrolão, superfaturamento na área da saúde em plena pandemia e a rachadinha”, alfinetou o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e também senador.
“Vejo noticiar que a modalidade ilegal apelidada de ‘rachadinha’ é uma prática normal. Ora, é a prática da corrupção sendo colocada como normal na vida do brasileiro. E ao nosso redor vemos o resultado de tudo isso refletido na população. Parece que no meio de tanta coisa errada acontecendo junto, nós nos esquecemos do que é certo e do que é errado”, prosseguiu, com os ataques.
Além das alfinetadas contra o senador, Major Olimpio mandou recado à classe política. “Devemos ter em mente que não existe diferença de ladrão, seja ele de direita ou de esquerda, tampouco conservador ou liberal. Ambos devem ser extintos da nossa sociedade. Vamos voltar a lembrar o que são princípios para nós e quais são, verdadeiramente, esses valores que nos movem”, comentou.
Acusando o “toma lá dá cá” do presidente com o Congresso Nacional para impedir o avanço de um processo de impeachment, ele encerrou o texto defendendo que “ética, valores e princípios” não se negociam.
“Não devemos cultivar a arte de vencer apenas por vencer. Devemos deixar um legado promissor, pois ética, valores e princípios não se compram, nem mesmo se negociam”, encerrou.