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Maioria de votos contrários à PEC da Previdência vêm da base aliada

No PMDB, partido do presidente Michel Temer, 16 dos 64 deputados afirmaram que votarão “não” ao projeto

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação do impeachment
1 de 1 Plenário da Câmara dos Deputados durante votação do impeachment - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Deputados federais da base aliada do presidente Michel Temer preferem contrariar o governo a votar em favor da reforma da Previdência. O receio é da impopularidade entre os eleitores. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que mais de 60% dos 251 deputados que disseram ser contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) integram a base aliada do peemedebista na Câmara dos Deputados. Os partidos da oposição compõem cerca de 40% desses votos.

O número é alto mesmo nos dois principais partidos da base. No PMDB, partido de Temer, 16 dos 64 deputados afirmaram que votarão “não” ao projeto. Dentre os tucanos, 18 de 47 se manifestaram contra.

Em geral, parlamentares justificam seu voto “não” por receio das reações que o voto favorável pode gerar junto ao eleitorado, a pouco mais de um ano das eleições de 2018. Para o tucano Pedro Cunha Lima (PB), é necessário reformar a máquina pública antes de fazer uma reforma da Previdência. O também tucano Fabio Sousa (GO) afirma que propor uma reforma levando em conta apenas o ponto de vista financeiro é um erro. “Você tem de observar, por exemplo, a questão social. Não se pode olhar apenas o déficit.”

A intenção de voto contrário se manifesta mesmo com a possibilidade de alteração dos pontos cruciais do projeto, que o governo já afirmou que não pretende negociar: a alteração da idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, a criação de uma regra de transição para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 e a diminuição da exigência de 49 anos de contribuição para ter direito à aposentadoria integral. Vitor Valim (PMDB-CE), por exemplo, diz que mesmo com essas alterações, seguiria contrário à reforma.

Dentro do PP, partido que tem o Ministério da Saúde, dez dos 47 parlamentares são contra a matéria. Jerônimo Goergen (RS), contrário ao projeto, diz que o governo precisa ser mais firme. “Toda hora (o governo)sinaliza uma coisa diferente. Isso mostra que o governo não sabe o que pode ou não ser mudado.”

O PSB, por sua vez, apesar de ter o Ministério de Minas e Energia, tem 20 deputados da sua bancada de 35 parlamentares declarando voto contrário ao projeto de Temer. A deputada Janete Capiberibe (AP), por exemplo, diz ser radicalmente contra a modificação da Previdência que está em vigor. “São muitos direitos adquiridos pelos trabalhadores que não devem ser retirados”, afirma.

O deputado Takayama (PR) diz que não irá apoiar a reforma da maneira que está sendo feita. “Se todo mundo tem de entrar para o sacrifício, que a classe patronal também pague. Não se pode penalizar só o trabalhador”, afirmou.

A oposição, por sua vez, vota praticamente fechada contra a proposta. No principal partido, o PT, dos 58 integrantes, 54 (93%) disseram que votarão “Não”. Os quatro restantes não foram localizados.

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