Maia sobre Weintraub: “Ninguém está sentindo a falta dele no ministério”
O presidente da Câmara dos Deputados disse que o ex-ministro mais atrapalhou que ajudou na pasta da Educação
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira (23/6) a retificação feita pelo governo federal sobre a data da exoneração do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.
O parlamentar disse que não entendeu a necessidade de Weintraub de “sair correndo” do Brasil e afirmou que “ninguém está sentindo a falta dele” na pasta desde a sua saída.
“Ninguém está sentindo falta dele no Ministério da Educação. Ninguém queria que ele ficasse no Brasil de qualquer jeito, porque, de fato, é uma pessoa que mais atrapalhou do que ajudou. Não entendi essa necessidade toda de se criar um ambiente para ele sair correndo do Brasil”, criticou Maia em coletiva de imprensa.
Para o deputado, as alterações feitas pelo Executivo no Diário Oficial alimentam a narrativa dele de que estava sendo “exilado”. Entretanto, Maia reforça que nunca viu alguém ter que deixar o país com o apoio do governo federal. “Não entendi. Ele estava fugindo de alguém? Estranho, né? Primeira vez na história que alguém diz que está exilado e tem o apoio do governo. Geralmente é o contrário.”
Maia destacou ainda que, como ele foi indicado para cargo no Banco Mundial, ele teria autorização para entrar nos Estados Unidos e, por isso, não seria necessário o uso do passaporte diplomático. Nesta manhã, um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi publicado no Diário Oficial com a correção das datas de saída do ex-ministro de 20 para 19 de junho.
Após a retificação, governo admitiu, em nota, que o pedido de demissão do então ministro só foi formalizado após ele deixar o país, no último sábado (20/06). Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, foi o próprio Weintraub quem solicitou que o prazo da demissão fosse contado de forma retroativa.
A suspeita é de que Weintraub tenha usado a sua condição de ministro para desembarcar em Miami no sábado passado e, assim, driblar as restrições de viagens para brasileiros em razão da pandemia de Covid-19. Ele é alvo de ações no Supremo Tribunal Federal (STF) por racismo e outros 17 processos e disse, em entrevista, que temia ser preso.