Maia sobre Bolsonaro: “Ele joga pedra, o Parlamento joga flores”
O presidente da Câmara rebateu ataques do presidente, dizendo que Bolsonaro quer “trocar a pauta” da demissão do ministro da Saúde
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu nesta quinta-feira (16/04), poucos minutos depois, os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro de que ele estaria querendo tirá-lo da Presidência da República. Bolsonaro afirmou que Maia agia com “falta de patriotismo” e que parece querer “esculhambar a economia”.
“O presidente ataca com velho truque da política: como a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi ruim, ele quer trocar a pauta. O que precisamos falar é de saúde. Volto a deixar minha solidariedade às famílias de mais de 1.900 pessoas que perderam suas vidas. Não podemos aceitar que apenas uma visão de Brasil prevaleça”, afirmou o presidente da Câmara.
O deputado rebateu as acusações de Bolsonaro, mas disse que não responderia no “nível que ele quer”: “Não tem nenhuma intenção de conflitar com o governo, de prejudicar e enfrentar o governo. Ele pode atacar o Congresso, jogar pedras. O Parlamento vai jogar flores”.
Maia disse que o presidente “pode ficar tranquilo”, que a Câmara está aberta a dialogar com o Executivo. O deputado reforçou que o Congresso Nacional “não vai entrar” nesses conflitos, porque, “neste momento de crise, o país precisa de união, com um objetivo, que é salvar vidas e emprego”.
“Não vou de forma nenhuma responder o presidente no nível que ele quer que eu responda. É disso que se trata em um momento de crise, de união, com um objetivo só: salvar vidas e emprego”, ponderou.
Para Maia, 80% da população está “preocupada” com a saída de Mandetta. Mas afirmou que o Brasil vai dar uma nova oportunidade ao novo ministro, Nelson Teich: “Em uma guerra, quando você troca o general, como fica seu exército? O general, o comandante da área da Saúde foi trocado hoje”.
O deputado fluminense voltou a dizer que Bolsonaro usou “a velha tática de trocar de assunto”, quando decidiu atacá-lo em vez de falar sobre a demissão de Mandetta. Como resposta, disse que o presidente da República pode contar com a Câmara dos Deputados. “Não podemos nesse momento criar mais insegurança. Presidente, conte com a Câmara dos Deputados.”