Maia prevê que Ramagem terá dificuldade na PF após “polêmica”
Segundo o presidente da Câmara, suposta interferência política na instituição acaba “sempre rechaçada” pelos delegados
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, nesta terça-feira (28/04), que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, terá “dificuldade na corporação”. Isso porque, avaliou Maia, devido à “forma como ficou polêmica a sua nomeação”. O nome de Ramagem provocou reações intensas e pedidos à Justiça para impedir a posse – marcada para a tarde desta quarta-feira (29/04) – porque ele é tido como amigo íntimo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, de quem foi chefe de segurança na campanha de 2018.
Maia também afirmou que “qualquer tipo de interferência é sempre rechaçada” na instituição.
“Eu não conheço o quadro que foi para a PF. Acho que ele vai ter dificuldade na corporação, na forma como ficou polêmica a sua nomeação”, explicou Maia em entrevista ao programa do Datena.
Delegado de carreira, Ramagem foi nomeado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ao cargo, para substituir Maurício Valeixo. A troca rendeu a saída do cargo do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que avaliou a exoneração de Valeixo como “interferência” na PF.
“A gente sabe que a PF é uma corporação muito unida, que trabalha de forma muito independente. Qualquer tipo de interferência é sempre rechaçada. A gente viu em outros governos que foi assim, mas eu não conheço [o indicado por Bolsonaro]”, sustentou.
Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem é homem de confiança do clã bolsonarista. A relação foi fortalecida durante a campanha eleitoral de 2018, quando ele esteve à frente da segurança do então candidato à Presidência da República. Depois, ele estreitou os laços com os filhos do hoje presidente, como Carlos, vereador no Rio de Janeiro, com quem aparece em foto que viralizou nas redes sociais no fim de semana.