Maia: “Pressão de investidores não pode colocar vidas em risco”
Presidente da Câmara dos Deputados disse que pressão por revisão da quarentena surgiu de agentes do mercado
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, nesta quarta-feira (25/03), que a pressão por revisão da política de quarentena adotada para conter o avanço do novo coronavírus no país é influenciada por investidores “preocupados com suas perdas” na bolsa de valores. “Alguns investidores, preocupados com suas perdas, querem impor aos brasileiros uma realidade que não está acontecendo em país nenhum do mundo”, criticou ele.
“O que não podemos é colocar a vida dos brasileiros em risco por pressão de parte dos brasileiros que investiram na bolsa e estão perdendo dinheiro. Quem foi pro risco foi pro risco”, disse o democrata. “A vida de cada um de nós, os empregos dos brasileiros, nada disso pode virar uma mera estatística nas mãos daqueles que têm interesse em especulação.”
Para Maia, é preciso ter previsibilidade e isso só é possível com a definição das políticas públicas de enfrentamento. “Se o governo já tivesse resolvido a renda dos brasileiros mais simples e uma política de isolamento dos idosos, já teríamos garantido previsibilidade para a maioria dos brasileiros e com isso, todos estariam fazendo o isolamento esperando os impactos da chegada do vírus”, criticou ele.
“Como o governo pode falar em isolamento vertical se não apresentou nenhuma política de isolamento dos idosos mais vulneráveis? Senão o mais jovem sai para trabalhar, volta e contamina os idosos”, continuou.
O deputado também disse que todos estão seguindo as recomendações do governo federal, e alfinetou o presidente Jair Bolsonaro: “A gente espera que o presidente não tenha assinado a calamidade pública por nada”. “Certamente quando ele assinou a mensagem (de calamidade), ele tinha as mesmas preocupações que todos nós temos.”