Maia faz crítica contida a pronunciamento de Bolsonaro
Presidente da Câmara chamou fala de “equivocada” e pediu “medidas objetivas”, mas foi bem menos incisivo do que o presidente do Senado
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demorou duas horas para se posicionar sobre o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional de rádio e TV na noite desta terça-feira (24/03) – e, embora o tenha classificado como “equivocado” quando enfim se posicionou, adotou tom bem menos incisivo do que o do colega do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Em nota, o senador afirmou que o “país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da população”.
Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) March 25, 2020
Maia prosseguiu, com frases moderadas: “O momento exige que o governo federal reconheça o esforço de todos – governadores, prefeitos e profissionais de saúde – e adote medidas objetivas de apoio emergencial para conter o vírus e aos empresários e empregados prejudicados pelo isolamento social”.
Ao contrário da contenção de Maia, os senadores deram a entender que Bolsonaro não correspondeu às expectativas da população sobre o papel de liderança do chefe do Executivo em uma situação como essa. “A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise.”
No pronunciamento, em rede nacional, Bolsonaro pediu o fim do “confinamento em massa” e disse que a crise “logo passará”. Ele criticou o fechamento de escolas — para ele, fato de a maioria das mortes serem de idosos justificaria o fim da medida de isolamento –, voltou a chamar a doença de “gripezinha” e atacou imprensa, governadores, a rede Globo e até o médico Drauzio Varella, por causa de um vídeo de janeiro deste ano, com informações desatualizadas sobre o coronavírus.