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Maia elogia pronunciamento, mas alfineta Bolsonaro; Doria critica presidente

Presidente da Câmara diz que presidente agiu bem ao “mudar discurso radical”. Governador de SP vê “passo atrás gigantesco” na área ambiental

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
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1 de 1 Rodrigo-Maia2 - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (24/08/2019), em Vitória (ES), que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) acertou no pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão ao mudar o discurso que vinha fazendo sobre a crise ambiental no país e prometer tolerância zero às queimadas na Amazônia.

O elogio, contudo, foi seguido por uma avaliação menos favorável ao comandante do planalto, numa espécie de “morde e assopra” que tem marcado a relação entre o presidente da Câmara e o da República. Maia disse que o discurso “radical” do presidente pode ter passado a ideia de apoio ao desmatamento, mas afirmou não crer que o governo dê “qualquer incentivo a esses criminosos”.

“Todo discurso mais radical a alguma instituição do estado democrático de direito, quando se polemiza da forma que o presidente fez nos últimos dias, em relação às queimadas, acaba gerando uma insegurança”, completou, referindo-se a acusações do presidente a ONGs e movimentos ambientais.

As informações são da Folha de S.Paulo.

Na quarta (21/08/2019), Bolsonaro disse, sem apresentar qualquer evidência, que ONGs estariam por trás das queimadas na floresta. “Quando ele questiona um dado e diz que eles estão errados e acusa outras pessoas por essas ações criminosas, ele sinaliza que pode estar dando um apoio, que eu acredito não existir.”

A declaração foi feita durante o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que ocorre no Palácio Anchieta, sede do Governo do Espírito Santo, onde se reuniram governadores das duas regiões para discutir sobre investimentos nos estados brasileiros.

Maia reconheceu que a forma radical como o presidente tem se comunicado pode ter agravado a relação com governos internacionais, afirmou que entende as preocupações de países europeus com relação às queimadas na Amazônia, mas pediu diálogo antes da discussão sobre possíveis sanções contra o Brasil.

“Nossa relação com a União Europeia é histórica, qualquer retaliação vai gerar talvez um conflito grande e histórico. É preciso diálogo neste momento. Eles têm razão na preocupação, mas caminhar para sanções mais duras sem o Brasil ter tomado ainda qualquer atitude concreta, é precipitado.”

Doria no ataque

No mesmo evento, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o avanço do Brasil com a reforma da Previdência está sendo “neutralizado” com um passo atrás gigantesco nas questões ambientais.

“O Brasil deu um passo gigantesco em relação à reforma da previdência e um passo enorme para trás nas questões ambientais, neutralizando um projeto tão importante como este da previdência.”

Doria fez duras críticas e avaliou que o desgaste com a crise ambiental no país pode comprometer ainda mais os projetos de investimentos que estão sendo traçados para o Brasil.

“Uma imagem desgastada do país impacta diretamente nos investidores. Não é uma questão só dos governos brasileiros, mas de relações internacionais. Fechar as portas para o mercado brasileiro significa matar a economia do país”, afirmou o governador.

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