Maia: é preciso evitar que reforma política seja “nova jabuticaba”
Presidente da Câmara criticou a proposta de implantar a “lista fechada” com uma cláusula que dê preferência à reeleição dos atuais deputados
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (21/3) mudanças no sistema eleitoral do Brasil, mas criticou a proposta de implantar a chamada lista fechada com uma cláusula que dê preferência à reeleição dos atuais deputados. “Discordo 100% disso. Eu acho que essa questão da preferência é, inclusive, inconstitucional. Você não pode garantir a preferência a ninguém”, afirmou.
Segundo Maia, o debate sobre a reforma política precisa ser feito com transparência, para que haja mudanças efetivas. O presidente da Câmara afirmou ter preferência pelo modelo da lista fechada, mas disse estar aberto ao debate sobre outros modelos que já são adotados em outros países — como o distrital e o distrital misto. “O que a gente não pode é sair deste debate, deste momento de crise, tentando criar uma nova jabuticaba”, afirmou.
Pelo voto em lista fechada, o eleitor vota no partido, que define previamente os candidatos que serão eleitos em ordem de prioridade — atualmente o eleitor vota direto no candidato.Maia defendeu que esse sistema vai dar mais controle ao eleitor, que vai saber quem são os nomes de cada partido, diferentemente do que acontece hoje, quando o voto em um candidato pode ajudar a eleger um outro nome que sequer é conhecido pelas pessoas.
Ele também rebateu as críticas que o modelo em lista fechada vai evitar a renovação dos quadros da Câmara. Segundo ele, no Brasil, os índices de renovação chega a 50% por eleição, e isso não trouxe melhoras para o País. “O nosso sistema tem uma taxa de renovação alta e tem os problemas que tem. Porque o sistema renova muito, mas renova com as mesmas fórmulas eleitorais, dentro do mesmo perfil de voto, voto de igreja, de artista, de máquina partidária e de Estado”, disse.
As declarações de Maia aconteceram depois de ele participar da abertura de um seminário internacional promovido pela Comissão da Reforma Politica da Câmara em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, também está presente no encontro.