Maia diz que governo já deveria ter plano para aumento de gastos
Presidente da Câmara apontou que está disposto a votar com urgência medidas de enfrentamento do coronavírus – que espera da equipe econômica
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o governo já deveria ter pensado em um plano de aumento de gastos públicos com o objetivo de enfrentar a pandemia de coronavírus que chegou ao país e tende a se agravar. Segundo Maia, o Congresso estará pronto para votar medidas neste sentido a serem propostas pelo governo, em regime de urgência.
Maia disse que considera inevitáveis danos na economia, que certamente ocorrerão devido à propagação do coronavírus, mas espera que eles sejam amenizados pelo Estado, ao aportar mais recursos.
“Acho que é inevitável que a redução do dano na economia seja garantida pelo estado brasileiro. Não há outra saída, principalmente porque a arrecadação federal vai cair, a dos estados vai cair, a dos municípios vai cair. Para isso é que o governo federal precisa garantir sua articulação, seu comando e tomar decisões, que eu espero que ocorram nos próximos dias, nas próximas semanas. Terão aqui no parlamento total apoio dos deputados e deputadas para serem aprovadas de forma urgente”, sinalizou Maia, após se reunir com líderes de todos os partidos da Câmara e com o representante do governo.
“O governo já deveria ter pensado em políticas públicas com ampliação dos gastos públicos, como todos os países vêm fazendo”, enfatizou.
Maia demonstrou preocupação com as classes mais baixas, moradores de favelas, que terão dificuldades de se isolar. “Em comunidade, você tem casas com tamanhos muito pequenos, de trinta e poucos metros, com cinco ou seis pessoas. Você não tem nenhuma condição de isolar as pessoas. É importante que se proteja para que não se tenha um avanço muito rápido do vírus”, exemplificou.
Ele defendeu que o governo pare de adiar medidas que dependem somente do Poder Executivo, como o fechamento de fronteiras, a restrição de voos e a circulação de pessoas em áreas com potencial muito grande de propagação do vírus. Para ele, “a economia será afetada de qualquer jeito”.
Ele ainda disse que as medidas não podem ser adiadas sob pretexto de não prejudicar ainda mais a economia. “A gente não pode, pela questão econômica, correr um risco de ter um problema maior na área de saúde pública. A economia será afetada de qualquer jeito. Você achar que não impedir a circulação de pessoas vai garantir algum crescimento está errado. Na hora que os problemas começarem a aumentar, as pessoas naturalmente vão ficar em casa. O que a gente não pode, como, por exemplo, no caso do Rio, que tem muitas comunidades, é deixar que o problema se acelere muito rápido”, ponderou.
As medidas, em sua opinião, devem conter pontos que protejam as pessoas mais vulneráveis, principalmente as que hoje vivem na informalidade. “Pelo que estou conversando com alguns membros da equipe, o governo está olhando isso. Temos um número grande de brasileiros na informalidade, aqueles que são mais vulneráveis. Na informalidade nós temos aproximadamente 18 milhões de brasileiros. O governo vai ter que pensar uma política pública, olhar o setor de serviço, que é o que mais emprega e que terá o maior dano nessa crise”, disse Maia