Maia culpa conflito de Bolsonaro com Congresso por baixo PIB
O presidente da Câmara também afirma que os confrontos contribuem para que o cenário seja de insegurança para quem deseja investir
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atribuiu parte da responsabilidade pelo baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado a conflitos gerados pelo presidente Jair Bolsonaro em relação ao Congresso. Segundo Maia, esses atritos, que persistem neste ano, provocados pelo presidente contribuíram para gerar um cenário de insegurança em quem desejava investir no Brasil em médio e longo prazo.
“Temos um sistema, uma economia que tem infraestrutura de péssima qualidade, um sistema tributário de péssima qualidade, que segura o crescimento. Mas também os conflitos que nós tivemos no ano passado, as dúvidas do governo em relação ao parlamento no ano passado, os conflitos que se mantêm, infelizmente, neste ano, é óbvio que esses conflitos para quem vai investir a médio e longo prazo geram insegurança e certamente tiveram parte de culpa na queda de projeção do investimento e resultado final de crescimento”, disse Maia ao chegar à Câmara nesta terça-feira (10/03).
Maia evitou comentar a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre uma possível fraude nas eleições de 2018, que teriam o impedido de vencer o pleito no primeiro turno.
“O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já respondeu. Vamos ao que interessa. Nós temos 52 milhões de brasileiros vivendo com menos de 5 dólares por dia”, rebateu Maia. “Vamos tratar do que é sério, do que é urgente para o brasileiro”, disse o presidente da Câmara.
Maia lembrou as projeções de crescimento feitas no ano passado que chegavam a 2,5% e argumentou que, apesar da reforma da Previdência, o crescimento foi pífio.
“O Brasil no ano passado projetava um crescimento de 2,5%. Cresceu 1%. Com a aprovação de uma reforma do tamanho que foi como a previdenciária, mesmo assim, não conseguimos garantir o crescimento [acima] de 1% do PIB. Quais foram as variáveis que influenciaram isso? Então, acho que 1,5% que nós perdemos, uma parte disso tem relação com o meio ambiente e à falta de harmonia entre os poderes, sem dúvida nenhuma”, disse.