Maia critica reforma política e diz que sistema eleitoral está falido
O presidente da Câmara também condenou a aprovação de temas com caráter permanente, os quais, segundo ele, deveriam ser transitórios
atualizado
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O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta sexta-feira (11/8) a proposta de reforma política em discussão na Casa. Em especial, a instituição de um valor alto para o fundo público de financiamento de campanha (R$ 3,6 bilhões), sem que houvesse debate prévio com a sociedade.
“Gera uma sinalização equivocada na sociedade, mostra que a política não quer dar soluções concretas para o futuro, mas para hoje”, declarou Maia. O deputado avaliou que “a reforma não parece a melhor” e criticou a aprovação de temas como permanentes, que, na opinião dele, deveriam ser transitórios, como o fundo eleitoral. “Infelizmente se decidiu manter valor alto, que a sociedade não aceita. Como um valor permanente, acho muito grave.”
“Sem um cláusula de desempenho e sem financiamento privado é muito ruim. Se nós conseguirmos aprovar o sistema distrital misto em 2022, poderemos recuperar a legitimidade e a relação da sociedade com a política. Se conseguirmos, será uma grande vitória na base da democracia, que é um sistema eleitoral que possa atrair novos quadros.”
Partidos da base aliada do governo Michel Temer (PMDB-SP) e também da oposição lançaram uma “frente ampla” na Câmara para tentar barrar o distritão no Plenário.
Por este modelo, eleitores votarão apenas em candidatos a deputados e vereadores, sem a possibilidade de votar em partidos, e deixa de haver o quociente eleitoral; assim, são lançados menos candidatos por partido, e só os mais votados se elegem.
Uma crítica ao sistema é de que candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos acabarão sendo privilegiados, em detrimento de novatos. As novas regras só valerão para o pleito de 2018 caso sejam aprovadas por deputados e senadores até 7 de outubro.
Demonstrando otimismo, o presidente da Câmara acredita que as eleições apresentarão um embate entre “quem quer Brasil eficiente e moderno” e quem é contra as reformas trabalhistas e da Previdência.