Maia critica obstrução da base do governo e cobra responsabilidade
Deputados do Centrão e da oposição estão travando votações na Câmara por motivos diferentes
atualizado
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Após semanas sem conseguir votar projetos na Câmara dos Deputados por causa de obstrução do Centrão e da oposição, por motivos diferentes, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira (27/10) o movimento da base governista e disse esperar que “a responsabilidade prevaleça”.
“Não sou eu quem está obstruindo, é a base do governo. Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, não tenho o que fazer. Espero que quando tivermos que votar a PEC Emergencial e a reforma tributária, o governo tenha mais interesse e a própria base tire a obstrução da pauta da Câmara”, declarou o parlamentar, visivelmente incomodado.
“Espero que a responsabilidade prevaleça em relação à obstrução que, do meu ponto de vista, não tem relação com a Câmara dos Deputados”, acrescentou.
Maia destacou que o governo precisa criar um ambiente menos conflituoso na Casa para conseguir aprovar matérias do seu interesse. “Quando chegarem as emendas constitucionais, o governo vai precisar de 308 votos. É bom criar um ambiente de menos conflito para conseguir 308 votos em matérias dificílimas, a começar a regulamentação do teto de gastos”, afirmou.
CMO
O Centrão, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), tem realizado obstrução por causa da instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Contudo, cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chamar a abertura dos trabalhos.
Em abril, o bloco havia indicado o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) para presidir o colegiado. Com o passar do tempo, alguns partidos saíram e Lira indicou a deputada Flávia Arruda (PL-DF) para presidência. Por falta de acordo, não houve instalação.
“Se o acordo não for cumprindo, difícil a CMO funcionar”, disse Maia, acrescentando que seria “besteira gastar energia com a instalação da comissão” deste jeito.
MP 1000/20
Em paralelo, a oposição faz obstrução por causa da MP 1.000/20, do auxílio emergencial residual. Os deputados querem que a medida seja pautada e o valor do auxílio seja de R$ 600 e não de R$ 300, como propõe o governo. Maia destacou que a oposição tem feito o papel dela de oposição.