Maia condena denúncia contra Greenwald: “Jornalismo não é crime”
Presidente da Câmara considera que ação do MPF contra cofundador do The Intercept Brasil é “ameaça à liberdade de imprensa”
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou palavras duras para condenar a inclusão do jornalista Glenn Greenwald na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da operação Spoofing, que investigou a invasão dos celulares de autoridades como o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba.
Para Maia, a denúncia contra o editor do site que produz uma série de reportagens com o material hackeado “é uma ameaça à liberdade de imprensa”. Em postagem no Twitter na tarde desta terça-feira (21/01/2020), o presidente da Câmara disse ainda que “jornalismo não é crime”.
Veja:
A denúncia contra o jornalista @ggreenwald é uma ameaça à liberdade de imprensa. Jornalismo não é crime. Sem jornalismo livre não há democracia. https://t.co/wIN8Kj2Ccb
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) January 21, 2020
O posicionamento do presidente da Câmara vai da direção oposta à opinião do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o mesmo tema. Ao ser questionado por jornalistas, Bolsonaro provocou: “Vocês não confiam na Justiça?”. Ao ser corrigido por um jornalista, que informou que a denúncia partiu do Ministério Público Federal, o presidente continuou: “É MP, MP”.
Mais cedo, Bolsonaro questionou a permanência de Greenwald no Brasil. “Não devia nem estar… Onde está esse cara? Está no Brasil?”, perguntou. Esta não é a primeira vez que o presidente contesta o fato de o norte-americano, que é casado com um parlamentar brasileiro, David Miranda (PSol-RJ), viver no país.