Maia: citação de Guedes sobre AI-5 gera insegurança no investidor
O presidente da Câmara também criticou o ex-presidente Lula por estimular manifestações de rua contra o governo
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condenou a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre uma possível volta do AI-5 e disse que esse tipo de citação só traz insegurança e afasta investidores.
“Gera insegurança na sociedade, principalmente nos investidores. Usar dessa forma, mesmo que seja para explicar o radicalismo do outro lado, não faz sentido. Por que alguém vai propor o AI-5 se o ex-presidente Lula, que eu acho que está também muito radical, estimula manifestações de ruas? O que tem a ver uma coisa com a outra?”, questionou Maia nesta terça-feira (26/11/2019).
Para o deputado, não faz sentido citar essa “ameaça” a todo momento. “Nós vamos estimular o fechamento do Parlamento? O fechamento dos direitos constitucionais do cidadão com o habeas corpus? Foi isso que o AI-5 fez de forma mais relevante. É isso que vamos estimular?”, indagou.
Maia também fez críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por incentivar manifestações de ruas contra o governo. “Nós não podemos sinalizar para a sociedade que estamos procurando estimular uma batalha campal”, opinou.
Por fim, Maia procurou um caminho mais ao centro na política. “Isso [radicalização] não me parece o melhor caminho. O melhor caminho é que a gente continue fazendo o debate de ideias e buscando soluções”, completou.
Presidente do Supremo
Mais cedo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, também rebateu a manifestação. Para ele, o Ato Institucional nº 5 é “incompatível com a democracia”.
“Não se constrói o futuro com experiências fracassadas do passado”, declarou o ministro durante o Encontro Nacional do Poder Judiciário em Maceió.
Também questionado sobre a declaração de Guedes, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, se limitou ao falar sobre o assunto. “Isso [a declaração de Guedes] pertence ao varejo da política. Não cabe a um ministro do STF opinar”, disse.